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Vendas internas do açúcar remuneraram mais que as externas em outubro

Chuvas no período fizeram as usinas postergarem o encerramento da moagem

Vendas internas do açúcar remuneraram mais que as externas em outubro

Os preços do açúcar cristal seguiram em alta em outubro, renovando as máximas nominais no encerramento do mês. A justificativa para o avanço continua sendo a restrição de oferta nesta safra 2021/22.

De acordo com o Cepea, nos últimos dias do mês, a dificuldade de compradores em encontrarem maiores quantidades do cristal Icumsa 150 para pronta entrega ficou ainda mais evidente. Com as chuvas no estado paulista em outubro, parte das usinas deverá postergar o encerramento da moagem, mas não o suficiente para gerar aumento na oferta e estreitar o período da entressafra, que será maior nesta temporada.

Em outubro, o Indicador do açúcar cristal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) acumulou alta de 7,28%, fechando a R$ 152,88/saca de 50 kg no dia 29, renovando, mais uma vez, o maior patamar nominal de toda a série histórica do Cepea. A média mensal foi de R$ 147,27/saca de 50 kg, 3,9% superior à de setembro (R$ 141,73/saca de 50 kg) e 57,08% acima da média de outubro/20 (R$ 93,75/saca de 50 kg), em termos nominais.

Segundo a UNICA, a quantidade de cana-de-açúcar processada pelas unidades produtoras do Centro-Sul alcançou 19,69 milhões de toneladas na primeira metade de outubro, recuo de 46,77% sobre o apurado na mesma quinzena da safra 2020/2021.

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Desde o início do ciclo 2021/2022 até 16 de outubro, a moagem acumula queda de 9,56%. Nesse período, a quantidade de cana-de-açúcar processada pelas usinas atingiu 487,33 milhões de toneladas, ante 538,86 milhões de toneladas na mesma data do último ciclo.

No acumulado desde o início da safra 2021/2022 até 16 de outubro, a produção de açúcar alcançou 30,35 milhões de toneladas, contra 34,68 milhões de toneladas verificadas em igual período de 2020/2021, baixa de 12,49%.

No Nordeste, de modo geral, as negociações no mercado spot estiveram lentas, mas os preços seguiram firmes. Tanto a oferta quanto a procura para o mercado interno estiveram restritas, sendo que algumas unidades produtoras priorizaram as exportações do adoçante. Os preços altos no Centro-Sul do país também resultaram em aumento das cotações no Nordeste.

Segundo a Associação dos Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio), no acumulado de maio a 15 de outubro deste ano, a produção de açúcar pela região Norte-Nordeste apresentou leve alta na safra 2021/22 em relação ao mesmo período da anterior.

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As usinas da região fabricaram 776 mil toneladas, quantidade 0,3% superior à do ano passado, que registrou 774 mil toneladas. A expectativa do setor no Norte-Nordeste é de que a moagem 2021/2022 seja concluída com a fabricação de 3,2 milhões de toneladas do produto. Esse volume seria 7,6% maior do que o verificado em 2020/21, que foi de 3 milhões de toneladas.

Em outubro/2021, o Indicador mensal do açúcar cristal CEPEA/ESALQ em Pernambuco foi de R$ 137,86/sc de 50 kg, aumentos de 0,80% frente a setembro/2021 e de 51,93% em relação a outubro/2020, em termos nominais. Em Alagoas, o Indicador mensal foi de R$ 138,31/sc, elevações de 2,70% em relação a setembro/2021 e de 54,42% frente a outubro/2020, também em termos nominais. Na Paraíba, o Indicador mensal do cristal CEPEA/ESALQ foi de R$ 136,45/sc, altas de 1,82% em relação a setembro/2021 e de 49,57% frente a outubro/2020.

Impulsionadas pela baixa produção de açúcar no Centro-Sul do Brasil, as cotações internacionais do açúcar demerara subiram na ICE Futures em outubro. Além disso, a gasolina mais cara nos postos de combustíveis no Brasil estimula o aumento da produção de etanol em detrimento da de açúcar.

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Na primeira quinzena de outubro de 2021, segundo a UNICA, 60,89% da cana-de-açúcar foi destinada à produção do biocombustível e apenas 39,11% foram alocados para produzir açúcar. Corroborando o impulso nas cotações, a Organização Internacional do Açúcar (OIA) estimou déficit de 3,8 milhões de toneladas de açúcar na temporada mundial 2021/22, quando a   global deverá alcançar 170,64 milhões de toneladas para um consumo mundial esperado de 174,47 milhões de toneladas.

Cálculos do Cepea indicaram que, em outubro, as vendas internas do açúcar remuneraram, em média, 15,75% a mais que as externas. Esse cálculo considera o valor médio do Indicador CEPEA/ESALQ e do vencimento Março/22 na Bolsa de Nova York (ICE Futures), prêmio de qualidade estimado em US$ 37,40/tonelada e custos com elevação e frete de US$ 42,42/tonelada.