Em meio à crise do setor sucroalcooleiro no Sudeste, com o fechamento de usinas e demissão de trabalhadores, Pernambuco contabiliza a reativação de dois parques industriais nesta safra 2015/2016. Uma delas é a usina Cruangi, localizada em Timbaúba, na Zona da Mata Norte, cuja produção foi suspensa em 2012. A unidade deverá retomar as atividades através de um contrato de arrendamento entre os proprietários e a Cooperativa do Agronegócio dos Fornecedores de Cana (Coaf). A Usina Pedrosa, do grupo Farias, inativa desde 2013, foi arrendada pela família Carneiro Leão e vai moer neste ano, com a expectativa de criação de 3 mil empregos na região da Mata Sul.
O modelo de cooperativismo adotado pela Cruangi é o mesmo da usina Pumaty na safra 2014/2015, quando foram investidos R$ 10 milhões pelos fornecedores de cana cooperados e produzidos 50 milhões de álcool hidratado, gerando o crédito de R$ 7 milhões de ICMS aos cofres do estado. À frente das negociações com a Cruangi, o presidente da Associação de Fornecedores de Cana de Pernambuco (ACF), Alexandre de Andrade Lima, disse que o contrato de arrendamento foi assinado e a usina se encontra em “apontamento”, preparando-se para a moagem, prevista para setembro.
A Cruangi está em processo de recuperação judicial. Quando paralisou as atividades, a usina tinha uma dívida de cerca de R$ 8 milhões só com os fornecedores de cana. Sem contar com o passivo trabalhista. Por isso, dependerá de autorização da Justiça para retomar as atividades. “A previsão é de iniciar a moagem em 15 de setembro. Nesta safra devemos moer 400 mil toneladas de cana e produzir 350 milhões de litros de etanol hidratado”, diz Lima. O investimento inicial foi de R$ 3,5 milhões para reativar o parque industrial.
O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool (Sindaçúcar), Renato Cunha, confirma que o modelo usado para reativar a Usina Pedrosa, localizada em Cortês, será o arrendamento mercantil entre os grupos Farias e Gerson Carneiro Leão. Neste caso a usina suspendeu as atividades por estratégia de negócios do Grupo Farias. A expectativa para a safra 2015/2016 é de serem esmagadas 350 mil toneladas de cana. Segundo Cunha, o setor enfrenta dificuldades devido à baixa remuneração do etanol e do preço em queda do açúcar.
(Fonte: Diário de Pernambuco)