Melhorar a produção e qualidade agrícola são resultados que podem ser alcançados a partir de um manejo varietal adequado, que contempla a inteiração com o solo, época de colheita, plantio, sanidade e mecanização (plantio e colheita).
Durante evento da Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil (Stab), na última edição da Fenasucro & Agrocana, algumas usinas apresentaram algumas das estratégias adotadas na seleção das variedades que compõem o seu canavial.
Sergio M. Selegato, do Grupo Pedra, informou que para capturar os ganhos proporcionados pelas novas variedades, as quatro unidades do grupo contam com um núcleo de produção de mudas.
“Ele tem capacidade de produzir 5 milhões de mudas de cana por ano e buscamos acelerar a multiplicação de variedades e clones promissores. Já contamos com mais de 40 variedades multiplicadas”, disse.
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Para ingressar com uma nova variedade o grupo criou um padrão de classificação de acordo com os resultados experimentais: Prio 1 – com bons desempenhos em áreas comerciais (limite no censo de plantio de 90%), Prio 2- variedades liberadas sem dados locais (com 10% no censo de plantio); Prio 3 – clones promissores com bons resultados, que ocupam 1% do censo de plantio, e por fim as que estão fora da intenção de plantio.
O gerente de tecnologia agrícola da Usina Adecoagro, Marcelei Daniel da Silva, destaca que o rendimento agrícola é resultado da interação dos fatores do ambiente (solo e clima) e o manejo versus genótipo que é a variedade.
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“Com isso a escolha da variedade adaptada a essa condição a ser cultivada, com certeza é um fator preponderante para uma boa produtividade agrícola“, afirma.
De acordo com ele, alocar uma variedade de alto potencial fora do seu nicho de manejo apropriado, certamente, não proporcionará sucesso e da mesma forma uma variedade com baixo potencial genético não irá alcançar um bom rendimento, mesmo em condições ótimas de manejo e ambiente.
“Por isso, é extremamente importante assertividade na escolha da variedade alinhada com todos esses fatores do ambiente, produção e manejo como um todo”, explica.
Para Luís Gustavo Teixeira, do Grupo São Martinho, a variedade é protagonista dentro de todo processo de manejo na busca de eficiência e produtividade “Conhecer o material genético e alocar ele adequadamente é substancial no resultado”, disse.
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José Leonel Pasqualinotto, assessor agrícola e de tecnologia da São Martinho, explicou que para a escolha das variedades, eles consultam as entidades de melhoramento, que fornecem, no mínimo três materiais em fases finais, para serem serem plantadas em suas lavouras e testadas nas condições das regiões das unidades da companhia.
“Quando esses clones já estão pertos de serem liberados, nós já temos a variedade escolhida dentro do manejo das nossas usinas”.
Segundo Estêvão Pacheco de Andrade Landell, o grupo trabalha com o manejo integrado total.
“A gente enxerga que uma variedade deve entregar não apenas a longevidade, mas como ela se comporta com todas as interfaces de outras importantes fases da nossa etapa agrícola. Como ela interage com uma praga, como ela é resistente a uma doença. Nós temos 120 variedades em campo e temos 120 mil clones em experimentação, ou seja, nós temos 120 mil possibilidades de futuras variedades sendo avaliadas pelo corpo técnico”, disse.