O Museu Histórico de Jataí Francisco Honório de Campos, localizado no município de Jataí, na região sudoeste de Goiás, será a instituição cultural responsável pela guarda, preservação e exposição do acervo formado por cerca de 10.000 mil fragmentos de objetos arqueológicos resgatados em dois sítios localizados no entorno da unidade Tropical, da BP Bunge Bioenergia, que fica no município de Edéia, naquele mesmo Estado.
O resgate do acervo arqueológico foi autorizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e realizado pela companhia com o apoio da empresa Registro Pesquisas Arqueológicas e Ambientais, sob supervisão do arqueólogo João Luiz de Oliveira Lopes.
LEIA MAIS > Agricultores preparam tratoraço contra elevação da alíquota do ICMS
De acordo com o arqueólogo, após a constatação de indícios de registros arqueológicos na área onde está instalada a usina de açúcar e etanol, a empresa foi orientada a realizar uma perícia arqueológica em levantamentos a partir de um raio de 25 quilômetros e, posteriormente, de um raio de 60 quilômetros a partir da usina para apurar os sítios arqueológicos existentes na região.
No trabalho realizado foram encontrados nove sítios arqueológicos no perímetro de 25 Km a partir da unidade e um décimo sítio no raio de 60 Km. O resgate atual -que reuniu em torno de 10.000 fragmentos de objetos arqueológicos que serão levados à guarda do Museu Histórico de Jataí– foi realizado em dois sítios de relevância. No primeiro, o Sítio Rio dos Bois 1, estima-se que os objetos de pedra lascada tenham sido produzidos por uma comunidade de caçadores coletores nômades há pelo menos 1.000 anos.
O outro sítio, chamado de Fala Verdade, é mais recente, provavelmente resquício de um aldeamento de etnia indígena que habitou a região há algumas centenas de anos e que praticava a agricultura na área. Neste local, as peças recuperadas são fragmentos cerâmicos de vários tipos de utensílios.
“A importância desse resgate está diretamente ligada à preservação da história, do resgate da cultura dessa região por meio desse trabalho para que tenhamos ideia de como viviam as pessoas no passado, o que faziam, para tentarmos saber como era o seu cotidiano, como era o dia a dia deles e resgatarmos esse conhecimento”, explica Lopes.
LEIA MAIS > Balança Comercial Paulista tem superávit de US$ 12 bi
Todo o patrimônio arqueológico recuperado está sendo higienizado em laboratório, submetido a análise, catalogação, registro documental e curadoria para depois ser entregue ao Museu Histórico de Jataí.
Como contrapartida pela guarda das peças arqueológicas, a BP Bunge Bioenergia está doando também R﹩ 66 mil para a Associação de Amigos do Museu Histórico de Jataí Francisco Honório de Campos – AAMUH, entidade que faz a gestão dos endossos institucionais, bem como a guarda dos acervos arqueológicos no museu.
“A BP Bunge Bioenergia teve a oportunidade de contribuir com o resgate da história e a preservação da memória arqueológica e por isso dedicou os melhores esforços para recuperar esse patrimônio tão importante para o Estado de Goiás e para nosso País”, afirma Nadia Gama, diretora de Segurança, Saúde e Meio Ambiente da companhia.
De acordo com Weylla Bento de Oliveira, arqueóloga responsável pelo Laboratório de Arqueologia do Museu Histórico de Jataí, além da guarda desse importante acervo arqueológico, ela destaca o trabalho de divulgação do material que a instituição planeja fazer no futuro, com exposições no próprio museu, atividades em escolas e disponibilização do acervo para pesquisadores interessados em estudar as peças resgatadas.
LEIA MAIS >Drones ajudam Raízen a reduzir custos na aplicação de insumos
“Preservando esse patrimônio, nós estamos garantindo que ele seja conhecido pelas gerações futuras, que as pessoas conheçam a história de nossos antepassados que viveram nesta região. E o Museu Histórico de Jataí se compromete a preservar esse patrimônio ad eternum, em condições ideais de monitoramento, de acondicionamento, de temperatura e umidade, pois temos instalações propícias para garantir isso. O Museu tem hoje uma exposição permanente de arqueologia que está sendo sempre renovada, e que terá a contribuição desse novo acervo para isso”, diz Weylla.