A usina Estreliana, em Ribeirão/PE, começa sua moagem em meados de setembro, após uma safra inativa e ter entrado em recuperação judicial. A unidade passa a funcionar através do modelo de cooperativismo apoiado pela Associação dos Fornecedores de Cana do Estado (AFCP) e pela Organização das Cooperativas do Brasil (OCB).
A previsão da Cooperativa Agroindustrial de Fornecedores de Cana (COOAFSUL), responsável pela iniciativa, é de esmagar 500 mil toneladas de cana e produzir etanol inicialmente. O investimento inicial no parque industrial é de R$ 7 milhões e a unidade deve ser gerar 300 empregos diretos na fábrica e mais dois mil nos engenhos de cana na Zona da Mata Sul de Pernambuco.
O contrato de arrendamento da usina foi assinado nesta terça-feira (23) pela família proprietária da unidade e dirigentes da COOAFSUL, em cerimônia na sede da AFCP, no Recife/PE. “Não há outro caminho para a manutenção do setor dos pequenos e médios canavieiros, senão pelo cooperativismo democrático, transparente e profissional”, diz Alexandre Andrade Lima, presidente da AFCP e de outra cooperativa com nome homônimo que já reativou a usina Cruangi/COAF de Timbaúba em 2015, na Mata Norte.
Lima credita a concretização da negociação do arrendamento da usina Estreliana ao apoio dado pelo governador Paulo Câmara e secretários, como Aloísio Lessa, pela família proprietária da usina, especialmente na pessoa de Marcelo Maranhão, que é filho do dono da usina, bem como graças a mais parceiros, a exemplo do deputado estadual Cloves Paiva, que mediou o diálogo inclusive com o secretário da Fazenda, Décio Padilha.
O Sistema da OCB em PE parabeniza todos os envolvidos na iniciativa. “Acompanhamos o novo protagonismo de lideranças da cultura da cana com base na cooperação, na soma dos esforços e resultados para todos que dela participam, o que possibilita o renascimento deste negócio em nosso estado”, destaca Malaquias Anselmo, presidente da OCB-PE.
O presidente da COOAFSUL é o fornecedor de cana, Carlos Antônio César. O nome da cooperativa homenageia a COAF, localizada na Mata Norte, responsável por uma mudança no modelo e na visão de usinas cooperativadas. Em cinco safras, a gestão democrática e transparente da COAF tem superado seus recordes produtivos, qualificando a gestão administrativa e fiscal e a valorização do preço da cana do cooperado.
Não por acaso em assembleia ontem dos membros da COAF, decidiram repartir R$ 8 milhões em sobras do faturamento da usina Cruangi e sua unidade de insumos agropecuários no Recife. “A COOAF-SUL busca não somente a igualdade com o nome, mas também seguirá os mesmos objetivos da COAF“, acredita Andrade Lima, que apoia a reabertura da Estreliana pela cooperativa e de qualquer outra usina em PE e no Brasil.
A reabertura da usina Estreliana, que passa a se chamar COOAFSUL, beneficiará a economia não só em Ribeirão, mas de toda a Mata Sul, em especial em Palmares, Gameleira, Escada, Joaquim Nabuco, Côrtes e outras cidades. Será a 3ª cooperativa desse modelo em Pernambuco, que também buscará benefícios da política estadual que é direcionada à COAF e à Agrocan (cooperativa que reabriu e administra a antiga usina Pumaty desde a safra 2014, situada no município de Joaquim Nabuco.