
A companhia sucroenergética GranBio, produtora de etanol celulósico no município de São Miguel dos Campos (AL), e controlada pela GranInvestimentos S.A., acaba de assinar Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Instituto do Meio Ambiente do governo alagoano.

Conforme Clarice Maia, da Agência Alagoas, o TAC foi proposto pela empresa e trata do Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD), plantio de mudas, compra de equipamentos e pagamento de multas, como medidas compensatórias aos impactos causados pelos incidentes.
Nova área
Um dos principais encaminhamentos é o licenciamento ambiental da nova área que deverá servir para estocar as palhas de cana, no prazo de 90 dias, a contar a partir da data de assinatura do TAC.
Entretanto. A empresa poderá armazenar temporariamente fardos de palha em uma área diferente da que foi atingida pelos incêndios, previamente acordada com o órgão ambiental.
A empresa tem um prazo de 60 dias, a contar de 15/01, para apresentar ao IMA o PRAD, com objetivo de recuperar toda a área de vegetação nativa impactada pelos incêndios.
O plantio de mil mudas de árvores nativas, em parques de São Miguel dos Campos, deve acontecer no prazo de 12 meses.
Detector
Além disso, haverá ainda a compra de um detector Multigás Altair 4X com quatro gases, entre eles: Oxigênio (O2), Monóxido de Carbonos (CO) e Sulfeto de Hidrogênio ou gás sulfídrico (H2S).
A aquisição deverá acontecer no prazo de 30 dias, a partir da data da assinatura do TAC, e a empresa deverá garantir ainda o treinamento dos técnicos do IMA para utilização do equipamento que servirá para medir a qualidade do ar.
A soma das multas aplicadas pelo IMA deverão ter uma redução de 70%, com base no artigo 36 da Lei Estadual 6787/2006, com redação da Lei Estadual, 7625/2014, e deverá ser paga em um prazo de 30 dias.
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O primeiro incêndio aconteceu no dia 10 de novembro de 2015, em uma área localizada entre a BR-101 e a AL-101 Sul. No dia 12, os representantes da empresa protocolaram no IMA um relatório sobre o ocorrido, informando que apenas 15% do material teria queimado.
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O segundo sinistro aconteceu no dia 03 de dezembro, na mesma área e com outros impactos ao meio ambiente. Segundo informações dos técnicos que estiveram no local, o fogo atingiu uma área de vegetação nativa existente próxima ao estoque das palhas de cana.
O terceiro incidente teve início no dia 02 de janeiro, na mesma área, e atingiu a maior parte do estoque existente no local. Os três incidentes fizeram com que o IMA autuasse a empresa por três vezes e interditasse o centro de distribuição.
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Saiba mais sobre a GranBio
Empresa de biotecnologia industrial 100% brasileira, a GranBio iniciou em setembro de 2014 produção na primeira fábrica de etanol de segunda geração (2G) de escala comercial. A Bioflex 1, unidade construída em São Miguel dos Campos, Alagoas, tem capacidade inicial de produção de 82 milhões de litros de etanol por ano.
Conforme a empresa, o etanol 2G da GranBio é produzido em intensidade de carbono de 7,49 gCO2/MJ, índice comprovado pelo Air Resources Board (ARB), da Califórnia. O cálculo leva em conta as emissões de CO2 desde a coleta da matéria-prima, passando pelos insumos e consumo de energia, até o transporte e distribuição em porto da Califórnia.
Para viabilizar o projeto, a GranBio, controlada pela GranInvestimentos S.A., investiu US$ 190 milhões na construção da fábrica e US$ 75 milhões no sistema de cogeração de vapor e energia elétrica, esse último em conjunto com a Usina Caeté, do Grupo Carlos Lyra.
As obras foram concluídas em 20 meses, menor prazo se comparado a qualquer outro empreendimento desse porte, e foram gerenciadas pela GranEnergia, empresa também controlada pela GranInvestimentos S.A.