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Unica defende presença do etanol brasileiro no programa de combustíveis da Califórnia

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) enviou na quarta-feira (15/10) e na quinta (16/10), duas cartas formais ao Conselho de Qualidade do Ar da Califórnia (California Air Resources Board – CARB), manifestando-se a respeito das novas metodologias para calcular os Efeitos Indiretos do Uso da Terra (ILUC) dos diferentes tipos de biocombustível e também da avaliação da disponibilidade de biocombustíveis para suprir o Programa Californiano de Padrão de Combustíveis de Baixa Emissão de Carbono (Low Carbon Fuel Standard – LCFS).

A primeira carta apresenta considerações sobre as mudanças no cálculo dos impactos indiretos da mudança do uso da terra associada a expansão da produção de etanol de cana-de-açúcar do Brasil, sob o ponto de vista de emissões de gases causadores do efeito estufa. Duas metodologias para calcular o ILUC dos diferentes biocombustíveis foram propostas, e a UNICA apresentou argumentos técnicos defendendo a abordagem que reduz as emissões indiretas de CO2, causadas pela expansão da cana no Brasil em cerca de 20% da proposta apresentada no inicio de 2014 (de 26,5 g/MJ para 21,3 g/MJ).

A segunda carta traz uma avaliação sobre o potencial de produção e exportações brasileiras de etanol. O CARB propõe que haja em 2020, uma disponibilidade do biocombustível a base de cana-de-açúcar, vindo do Brasil, entre 0,8 e 1,75 bilhão de galões (algo ente 3 e 6,6 bilhões de litros). A UNICA enviou comentários apoiando a manutenção desses valores. Apesar de a entidade não ter apresentado estimativas específicas, deixou claro que, havendo a demanda e os incentivos financeiros adequados, o setor já demonstrou dinamismo suficiente para atender os volumes estimados.

Dentre outros argumentos, a entidade brasileira mostrou o grande potencial de crescimento da oferta de etanol no Brasil, seja por meio dos ganhos de produtividade da atividade agrícola e industrial, destacando o etanol de segunda geração, seja pela possibilidade da expansão sustentável da produção de cana. A nota detalhou também os futuros investimentos em logística e infraestrutura, que irão aumentar a competitividade das exportações brasileiras, além da atual capacidade industrial ociosa e a da flexibilidade da indústria brasileira.

“O CARB deixou claro que precisava de um sinal forte do Brasil sobre esta disponibilidade de etanol de cana no mercado californiano, e procuramos demonstrar claramente a nossa capacidade em atender essa demanda. Além disso, nos colocamos à disposição para ajudar nos trabalhos sobre cenários econômicos para dar mais robustez às análises, se assim entendessem,” disse a representante da UNICA em Washington, Letícia Phillips.

O CARB vai finalizar essa rodada de atualizações até o fim do ano de 2014 para serem apresentadas ao seu Conselho em fevereiro de 2015. Por esta razão, com o objetivo de garantir o espaço para o etanol brasileiro dentro do LCFS, a UNICA acompanha de perto e participa de todo o processo.

Clique aqui para baixar a 1ª carta.

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(Os conteúdos estão em inglês)