A transição energética e os desafios e oportunidades nos setores de biocombustíveis e energias limpas, deram o tom das discussões da 12ª edição do Fórum Nordeste, promovido pelo Grupo EQM, com o apoio técnico do Sindaçúcar – AL (Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas).
O secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Pietro Mendes, destacou a experiência brasileira em etanol, biodiesel e biogás e o potencial em escalar a produção do combustível sustentável de aviação.
O Programa Combustível do Futuro ganhou destaque na participação do secretário no fórum.
LEIA MAIS > Avanço em indicadores estimula investimento em inovação
Segundo Pietro Mendes, a iniciativa é essencial para a descarbonização da matriz de transporte, ao integrar políticas públicas, tecnologia veicular nacional, eficiência e transição energética.
Entre 2020 e 2023, o uso de biocombustíveis, principalmente de etanol, evitou que 102,8 milhões de toneladas de CO² fossem lançadas na atmosfera, informou o secretário.
Com o tema “Transição Energética, Descarbonização e o Papel dos Biocombustíveis”, o presidente da DATAGRO, Plínio Nastari, falou sobre o potencial do Brasil para aumentar a produção de biogás e etanol 2G, ampliando significativamente a geração energética.
LEIA MAIS > MME disponibiliza sistema que receberá previsões de compra de energia elétrica para 2024
“Ao mesmo tempo, podemos fazer a integração de cana e milho, a recuperação de solos degradados para produção de mais combustível de primeira e segunda geração; e novas técnicas de multiplicação da cana podem alavancar muito a produtividade agrícola através não só do que já foi feito recentemente”, analisou.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, defendeu incentivos econômicos às indústrias que implementam energia limpa em seus processos produtivos. O deputado abordou também o aumento da mistura de biocombustíveis na gasolina e no óleo diesel, bem como a regulamentação do mercado de créditos de carbono, atualmente em análise no Senado Federal.
João Irineu Medeiros, vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Stellantis para a América do Sul, disse que o desafio para se adequar ao processo da descarbonização é enorme. “Não podemos copiar o que é feito na Ásia ou nos Estados Unidos. Temos de criar uma solução nossa. Temos um programa que visa reduzir a emissão de CO² em 50% até 2030 e ter carbono neutro em 2038″, afirmou João Irineu.
LEIA MAIS > Copersucar lança curso profissionalizante gratuito, em parceria com o Espro, para jovens entre 18 e 22 anos
“Jogamos 50 giga toneladas de gás carbônico todo ano na atmosfera. Os cientistas fizeram uma projeção de que, continuando assim até 2100, teremos um aumento de quatro a cinco graus na temperatura. Algumas regiões poderão ficar inabitáveis. São números preocupantes. Precisamos zerar essa emissão. Não há outra alternativa”, reforçou o palestrante.
Fechando o evento, o assessor especial do Ministério da Fazenda, Rafael Dubeux, detalhou o “Plano de Transformação Ecológica: desenvolvimento inclusivo e sustentável para lidar com a crise climática.” Dubeux destaca o Brasil como protagonista na descarbonização da economia.