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StoneX elevou de 38,0 para 39,9 MMT a produção de açúcar no Centro-Sul

Isso devido aos dados os ajustes de mix e cana realizados para a região na projeção de julho/23

StoneX elevou de 38,0 para 39,9 MMT a produção de açúcar no Centro-Sul

No primeiro semestre de 2023, o contrato contínuo do açúcar bruto negociado em Nova Iorque (#11) teve valorização acumulada de 14,2% no período.

Em alguns momentos, as cotações chegaram a explorar o patamar acima de US¢ 26,00/lb, os maiores em 11 anos, em um cenário altista consistente, segundo a StoneX

A quebra na safra da Índia, que se ausentou das exportações no primeiro trimestre do ano, o término precoce da colheita na Tailândia e problemas por diversos players já vinha trazendo fortes fundamentos para a escalada no NY#11.

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Em abril, o Centro-Sul teve chuvas acima da média, que atrapalharam o início da safra 2023/24, algo que trouxe nova pressão de alta para os preços.

Por outro lado, a moagem no CS tem registrado ritmo expressivo, se posicionando 11,5% acima do ano passado no acumulado, até o final de junho.

Somado ao mix açucareiro maximizado (em 47,7%), a oferta do adoçante pelo Brasil vem aumentando desde maio e as últimas semanas encontraram relevante fundamento baixista, que se mistura no sentimento predominantemente altista da safra internacional 2022/23 (out-set).

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Como fator relevante e que deve ditar o resultado nas safras globais em 2023/24, o clima tem sido protagonista para os preços. Na Ásia, a situação climática em 2023 não deve ajudar os canaviais tailandeses e indianos. No nordeste da Tailândia, onde está quase 50% da cana do país, o primeiro trimestre de 2023 foi um dos piores da história em volume de chuvas.

Em junho, as precipitações voltaram para dentro da média, mas julho tem sido um mês menos chuvoso. Nos estados de Maharashtra e Karnataka, na Índia, o cenário é o mesmo. Somando os players asiáticos a algumas outras localidades enfrentando problemas climáticos, como tem sido o caso da Europa, o tom nas cotações do açúcar deve continuar sendo ditado pelo fator clima daqui para frente.

No Brasil, a produção total deve ter leve queda de 0,4 MMT dentro do calendário safra 2023/24 (out-set) internacional. No Centro-Sul, as perspectivas para o restante deste ano e para o ano que vem são de continuidade dos ganhos produtivos observados até aqui na temporada doméstica 2023/24 (abr-mar), contudo, possíveis quedas no ATR em 2024 (dado o potencial de crescimento do TCH) e um mix um pouco menos açucareiro, o ciclo internacional 2023/24 deve ter ligeiramente menos oferta frente a 2022/23 (queda no CS de apenas 0,3 MMT).

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No entanto, a StoneX elevou de 38,0 para 39,9 MMT (valor bruto) a estimativa de produção do CS na safra internacional – dados os ajustes de mix e cana realizados para a região na projeção de julho/23.

No Norte-Nordeste do Brasil, o próximo ciclo deve ser afetado negativamente pela chegada do El Niño, que tende a trazer menores volumes de chuva para a região – que já vem ao longo de 2023 com níveis baixíssimos de precipitação nas áreas canavieiras. Nesse sentido, a produção de açúcar deve cair em 2023/24, cerca de 2,5%, para 3,45 MMT (valor bruto).