Especialista em recuperação judicial, o advogado Sérgio Emerenciano afirmou que é alto o número tanto de usinas que entraram em recuperação judicial quanto o de indústrias inativas, quando comparado com outros setores econômicos do país.
“Falta política governamental para sustentar os negócios das usinas. Esses índices [de empresas em recuperação] são altos”, disse Emerenciano, que atuou em mais de 70 recuperações desde 2005.
Ely de Oliveira Faria, advogado especialista em direito empresarial e recuperação judicial e administrador de quatro usinas que se encontram neste processo, disse que a crise no setor também expõe produtores e parceiros.
“O custo operacional tem se revelado superior ou igual ao custo de comercialização dos produtos, causando deficit financeiro em toda a operação”, afirmou Faria. Para ele, a recuperação viabiliza a negociação estruturada entre devedor e credores.
Segundo Emerenciano, além das usinas, as empresas que mais pediram recuperação são aquelas ligadas aos setores de alimentos, frigoríficos, redes de postos de combustíveis e de produtos lácteos.
“A recuperação beneficia o mercado como um todo, credores e empregados”, disse Emerenciano.
Fonte: Folha de S. Paulo