Usinas

Seca reduz produtividade na safra de cana

Bernardo Biagi, presidente da Usina Batatais
Bernardo Biagi, presidente da Usina Batatais

A falta de chuvas deste ano levou a usina Batatais a reduzir em 8% a estimativa de produtividade em seus canaviais para a safra 2014/15.

Segundo a direção da empresa, que iniciou a safra na última quinta-feira, a estimativa é colher neste ano 85 toneladas de cana-de-açúcar por hectare, ante as 92 toneladas por hectare da safra 2013/14. É a primeira usina a moer na região de Ribeirão Preto neste ano.

A Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar) prevê para abril a divulgação da estimativa da safra, mas analistas do setor já estimam um resultado menor que o da última temporada por causa do impacto da estiagem.

Na região da usina Batatais –que tem lavouras em cidades como Franca– choveu 55% menos que a média histórica para os meses de janeiro e fevereiro, segundo dados informados pela empresa.

Mas, de acordo com o presidente da usina, Bernardo Biagi, ainda é cedo para precisar os efeitos do clima sobre a safra 2014/15.

Mesmo esperando menor produtividade, a Batatais prevê aumentar em 8,3% a quantidade de cana moída nesta safra, num total de 3,9 milhões de toneladas.

Se incluída a moagem da usina Lins, filial da Batatais, a quantidade estimada de moagem pelo grupo sucroenergético sobe para 6,1 milhões de toneladas, o que representa alta de 4%.

De acordo com Biagi, o crescimento acontece graças ao aumento de área de cana a ser colhida, de 39 mil hectares para 45 mil.

Aumentar a moagem é uma estratégia da empresa para ampliar o lucro num ano em que é esperada a redução na safra nacional e uma possível alta nos preços do açúcar e do álcool.

A Batatais possui 51 mil hectares de área plantada. A quase totalidade dessas propriedades, no entanto, não pertence à usina, mas a produtores que, ou possuem contratos para a venda da produção (35%) ou para o arrendamento das terras (65%).

O grupo planeja destinar 50% da moagem para a produção de açúcar (com 275 mil toneladas) e 50% para a produção de etanol (com 145 milhões de litros).

Estratégia

De acordo com o empresário, as usinas adotam a estratégia de estender o período da colheita e moagem da cana, como forma de manter alta a produção nos períodos próximos à entressafra, em que há menor oferta de etanol no mercado.

Normalmente, a safra na região centro-sul do país vai de abril a novembro. Biagi afirmou que procura manter a moagem nas usinas do grupo de março a dezembro.

Para isso, a Batatais e a Lins trabalham com uma área de cana-de-açúcar plantada maior que a capacidade das usinas, e aproximadamente 7% da moagem vem da cana “bisada” –aquela que é reservada para ser colhida na safra seguinte.

Fonte: Folha de S. Paulo