A onda de temperaturas altas e a seca proveniente do fenômeno climático que assola a Índia desde março obrigou o governo indiano a suspender sua exportação agrícola a partir de outubro.
Fontes do país afirmam que o governo proibiu as usinas de cana, pela primeira vez em sete anos, de exportar açúcar desde meados de agosto, a fim de suprir o mercado interno e combater as altas inflações, com ressalva a países que “necessitam satisfazer suas necessidades de segurança alimentar”, relata a Direção Geral do Comércio Externo da Índia.
Tal efeito eleva os preços dacommodity globalmente e aumenta a demanda no Brasil, segundo maior exportador do mundo, atrás somente da própria Índia. Atualmente, o país fornece de 22% a 41% de todos os tipos de açúcar comercializados internacionalmente.
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“Com isso, a expectativa é de que as usinas no Brasil acelerem a produção e assim demandem mais insumos, tanto para a indústria quanto para a área agrícola”, disse Ana Marques, gerente comercial da Caltec, empresa líder no fornecimento ao mercado sucro. “A partir da alta procura, cresce a exigência dos cultivos de cana-de-açúcar e também da cal para a clarificação do caldo”, finaliza a gerente.
O Banco Bradesco BBI analisou em relatório publicado no dia 22 de setembro, que os preços devem continuar subindo até o final do ano, visto que o fenômeno El Niño, grande catalisador da onda quente e seca que vitimiza a Índia, deve atingir seu pico em dois meses.
“Estamos acompanhando os movimentos do mercado e está preparada para suprir as demandas das usinas”, reforça a gerente.