
A São Martinho divulgou os resultados do quarto trimestre da safra 2021/22, assim como os resultados gerais da safra nesta semana e informou que a produtividade, assim como o montante de ATR produzido, acabaram sendo reduzidos de maneira relevante na temporada. Sob esse contexto, o mix de produção foi ajustado, permitindo a conquista de bons resultados.
Assim, o EBITDA Ajustado da companhia somou R$ 770,8 milhões no 4T22, apresentando aumento de 35,6%, com margem EBITDA Ajustado de 51,9%. Em relação ao período acumulado da safra, o indicador resultou em R$ 3.141,9 milhões (+43,6%), representando uma margem de 54,5% – refletindo, principalmente, a evolução dos preços médios de comercialização do etanol e do açúcar.
O Lucro Líquido somou R$ 225,4 milhões no 4T22, superior em 8,7% ao 4T21, e no período acumulado totalizou R$ 1.480,9 milhões, aumento de 59,7%. Em relação ao Lucro Caixa, o indicador somou R$ 219,0 milhões no trimestre, representando uma redução de 4,2% sobre 4T21, e para todo o ano-safra R$ 1.528,6 milhões, resultado 53,4% superior aos 12 meses anteriores.
Outro indicador financeiro relevante, o Índice de Alavancagem da companhia encerrou a safra em 0,93x (Dívida Líquida/EBITDA Ajustado), em 31 de março de 2022 – resultado 25,1% menor em relação a 31 de março de 2021.
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No período acumulado, a receita totalizou R$ 5.764,7 milhões, representando um crescimento 33,4% vis-à-vis 12M21. Na safra 2021/22, a receita líquida de açúcar somou R$ 2.346,7 milhões, uma evolução de 21,1%. Para o período acumulado da safra, a receita líquida apresentou crescimento de 47,2% frente ao mesmo período da safra anterior, totalizando R$ 2.990,5 milhões.
“Adicionalmente, em março/22 tínhamos aproximadamente 113,5 mil m³ de etanol em estoques que deverão ser convertidos em caixa ao longo dos próximos trimestres”, avisa a empresa.
A São Martinho comercializou no período acumulado da safra 1.127 mil CBIOs, com preço médio líquido de R$ 32,9/CBIO. Em 31 de março de 2022, a São Martinho possuía aproximadamente 249 mil CBIOs emitidos, porém ainda não comercializados.
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Na temporada, a São Martinho processou um total de 19,9 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, apresentando redução de 11,6% em relação ao volume processado no mesmo período da safra anterior. Segundo a empresa, a redução reflete, principalmente, a estiagem prolongada ocorrida no período e menor quantidade de dias de safra, em comparação a safra 2020/21. Considerando o crescimento de 0,7% no ATR médio (146,7 kg/ton), o total de ATR produzido na safra sofreu uma redução de 11,0%.
“Considerando nossas expectativas em relação ao volume de cana disponível para processamento ao longo da safra 2022/23, estimamos moagem total de aproximadamente 20,3 milhões de toneladas de cana, um aumento de 2%, em relação à safra 2021/22”, prevê a empresa.
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“Para a safra 2022/23, acreditamos que a oferta de produto, em ATR equivalente, deverá ser limitada, e a definição de mix possivelmente mais dinâmica, considerando o contexto de mercado, pelo qual, buscaremos a melhor rentabilidade entre os produtos para a companhia”, afirma.
Quanto à expectativa de guidance de capex para a safra 2022/23, a empresa estima um aumento de aproximadamente 11,3% no capex de manutenção, somando cerca de R$ 1,8 bilhão, refletindo principalmente, os efeitos de variação de preços em insumos utilizados em nossas operações de plantio (renovação) e tratos culturais, assim como diesel no período.
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Em relação ao guidance de modernização/expansão para a 22/23, a usina prevê um montante de aproximadamente R$ 570 milhões, destinados principalmente para a planta de etanol de milho, em Goiás (~R$ 400 milhões) e a UTE relacionada ao leilão A-6, em 2019 (~R$ 150 milhões).
Dessa forma, o capex total investido pela companhia está estimado em aproximadamente R$ 2,6 bilhões, representando um aumento de 6,4% no período.