A safra de cana-de-açúcar 2016/17, que oficialmente deverá ter início entre março e abril próximos na região Centro-Sul do País, certamente será mais açucareira em relação a temporada 15/16.
“Mas não será a safra mais açucareira da história”, afirma Fabio Meneghin, analista e sócio da consultoria Agroconsult. Saiba a seguir mais detalhes.
Segundo Meneghin, há situações que impedem o setor sucroenergético registrar na 16/17 sua safra historicamente mais açucareira. Um dos motivos é a presença de plantas industriais apenas com destilarias.
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“Devemos lembrar que aproximadamente 80 usinas no Brasil produzem apenas etanol e não têm a opção de mudar o mix”, observa.
Pressão de preços
Os preços em alta do açúcar, registrados no Brasil e no exterior a partir de setembro de 2015, podem seguir firmes, como também enfrentar alguma pressão.
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Fabio Meneghin: “Podemos sim ter alguma pressão nos preços do açúcar ao longo do ano, mas se isso ocorrer talvez essa pressão não seja [em função da safra do Brasil], e sim [devido] a desaceleração econômica de boa parte do mundo.”
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Renovação de canaviais
E a renovação de canaviais, tende a retomar a taxa histórica de 20% diante um cenário melhor para o setor?
Fabio Meneghin: “Considerando que nos últimos dois anos a renovação foi muito baixa, girando entre 10% a 12%, os canaviais precisam começar um movimento de maior renovação para não perder produtividade nos próximos anos. Tudo leva a crer que as usinas mais capitalizadas farão esse tipo de investimento e a dúvida fica em relação às usinas com maior endividamento. O atual cenário de crédito caro e escasso é um desafio enorme para as empresas este ano.”