A safra 2014/2015, que foi aberta na região nesta terça-feira (11) com a usina Batatais e até abril será iniciada em todo o setor, já movimenta a economia. A geração de empregos, que é de aproximadamente 20 mil trabalhadores diretos nas unidades produtoras, chega a 60 mil vagas em diversas atividades ligadas ao setor.
Entre os que mais se beneficiam são as indústrias de base, que fornecem equipamentos e prestam serviços. “Mesmo durante a safra precisamos levar máquinas e caminhões à oficina”, diz Bernardo Biagi, presidente da Usina Batatais, que tem 2,2 mil funcionários.
De acordo com Sérgio Prado, representante da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica), muitas cidades da região dependem do setor. “A geração de emprego e renda é fundamental. O setor tem essa característica de movimentar diversos outros setores. Com o fechamento de uma unidade produtora, por conta do complicado momento que o setor passa, diminui a geração de renda e de impostos.”
Em Pontal, cidade com 44,2 mil habitantes, as usinas fornecem o combustível para a economia. “Tudo aqui gira em torno do setor, desde as oficinas, que prestam serviços para usinas, até as lojas do comércio”, diz a empresária Cristina César Hernandes Paschoal.
Há trinta anos, a família de Cristina tem um supermercado na cidade. E durante a safra o movimento aumenta até 20% em relação aos outros meses do ano. “Temos muita gente que começa a ganhar horas extras durante a safra e também quem consegue uma vaga. O aumento no movimento realmente é grande”, diz
Para o economista José Rita Moreira, além do impulso econômico, o início da safra carrega uma simbologia na região. “Depois que a safra começa, para muitos setores há essa impressão de que tudo começou de fato. Há esse fator místico que puxa toda uma cadeia positiva de eventos na economia”, comenta.
Usina de Batatais deve moer 8% mais
A Usina Batatais, que começou a safra oficialmente nesta terça, deve moer 3,9 milhões de toneladas de cana, volume 8% maior em relação à safra passada. Já a produtividade, por conta da seca do início do ano, deve cair. Na safra passada, a produtividade que foi de 92 toneladas por hectare, deve cair para 85 toneladas por hectare. A previsão é que sejam produzidos 145 mil litros de etanol neste ano e 275 mil toneladas de açúcar.
A usina deixa cana de um ano para o outro para começar a moer antes e aumentar a capacidade.
“Forçamos nas pontas porque sabemos que o topo da produção é de maio a outubro. Com a safra mais longa os funcionários ganham mais também”, diz Bernardo Biagi, presidente da usina. A empresa hoje tem 65% de sua cana produzida por meio de parcerias com produtores e 35% vêm de fornecedores.
(Fonte: Jornal A Cidade