Para o economista Júlio Maria M. Borges, da JOB Economia e Planejamento, a nova safra 2022/23 de cana, açúcar e etanol não está definida no Centro-Sul do Brasil. “A safra 2021/22 nesta região foi relativamente pequena devido ao clima seco. A produção de cana deve ficar em torno de 530 mi t; a produção de açúcar deve ficar em torno de 32,5 mi t e a produção de etanol de cana deve ficar entre 24 e 25 bi litros”, estima o consultor.
Segundo Borges, as previsões disponíveis atualmente para a temporada 2022/23 sugerem uma safra maior que aquela do ano passado. Em termos de cana a ser moída, o crescimento previsto do novo ciclo é da ordem de 5%-6%.
Ele lembra, no entanto, que as previsões para a nova safra têm sido modificadas pelas usinas para mais, em função das chuvas que estão ocorrendo próximas da média histórica. “Uma boa previsão para o tamanho da safra será feita no final das chuvas de verão no Centro-Sul, ou seja, março/22”, disse.
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Com relação ao mix de produção, Borges avalia que o mercado tem indicado que o volume de fixações de preços de venda futura de açúcar em NY é menor que na safra passada. Isto porque as usinas estão esperando uma recuperação de preços do açúcar no mercado de futuros de NY. Cabe lembrar que o preço de açúcar neste mercado alcançou um teto de 20,90 ¢/lb em agosto/21 e de lá para cá mostra tendência de baixa. Atualmente o preço ronda 18 ¢/lb.
Por mais que esta expectativa altista das usinas seja argumento para inibir fixações, o economista elenca outros fatores que pesam nesse sentido: A incerteza sobre o tamanho da nova safra e o volume de açúcar que poderá ser produzido; A dúvida na escolha do produto, açúcar ou etanol, que melhor remunera a usina. A usina não tem claro, neste momento, qual seria seu mix de produção de lucro máximo. Isto porque os dois produtos remuneram muito bem as usinas e estão mais ou menos empatados em termos de atratividade para o produtor.
Acrescenta-se a isso as incertezas globais como: a Covid e suas variantes; Geopolíticas; Macroeconômicas, com desequilíbrios fiscais relevantes, inflação e juros em alta; Clima; Situação sócio-política delicada em diversos países, com esgotamento mental da população decorrente da Covid19; As bolsas dos EUA e Europa desde Novembro/21 mostram-se de lado; A euforia pós-Covid de 2020-2021 passou; e a bolsa da China mostra viés de baixa.
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Para o economista, “este elevado grau de incertezas por que passa o mundo neste momento é um estímulo para fixação de preços. Isto garante os bons preços atuais, em R$/t de açúcar, que as usinas podem ter neste momento. Esperar que os preços do açúcar se recuperem é uma aposta possível, mas incerta. A boa remuneração atual da produção da usina é uma garantia de lucro satisfatório, considerando todos os custos de produção: despesas, depreciação e custo do capital total investido”, finaliza.
Webinar JornalCana
Com o tema Perspectivas para a Safra 2022/23, o JornalCana realiza nesta quarta-feira (9), às 19h, um webinar para debater os de forma geral quais serão os maiores desafios desta temporada e apontar soluções.
O painel virtual terá as presenças de:
Caio Carvalho, presidente da ABAG e CANAPLAN
Rogério Bremm, diretor agrícola da BP Bunge Bioenergia
Tarcilo Rodrigues, presidente da Bioagência
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