Usinas

Safra 2021/2022 na região centro-sul passou por diversos desafios como seca, geada e quebra de safra.

Você já está se preparando para o próximo ano?

Daniel Pedroso
Daniel Pedroso

A safra 2021/2022 na região Centro-Sul está finalizada, tendo sido colhidas aproximadamente 520 milhões de toneladas, demonstrando queda de 12% frente à safra passada, segundo a UNICA (União da Indústria de Cana-de-açúcar).

O período não foi nem um pouco fácil para a produção de cana-de-açúcar. Neste ano passamos pela pior crise hídrica da história, a maior dos últimos 41 anos no Centro-Sul. Regiões onde normalmente choviam 1.200mm por ano, contaram com apenas 700mm, distribuídos nos meses de Janeiro, Outubro e Novembro, levando a um intenso déficit hídrico.

Além da seca, ocorreram 2 grandes geadas que culminaram em mais prejuízo ao setor. Isso sem mencionar o aumento de 47% dos focos de incêndio em canaviais, segundo o Inpe (Instituto de Pesquisas Espaciais).

LEIA MAIS > Em 2022, preços do açúcar devem ter influência de clima, pandemia, dólar e petróleo

O momento agora é de reflexão e planejamento para a safra 2022/23. O que podemos fazer para recuperar a quebra de produção dessa última safra, que deixou a grande maioria das indústrias ociosas? Comprar ou arrendar mais áreas? Investir em irrigação? Mas qual sistema utilizar?

Arrendar ou comprar mais áreas, buscando um crescimento horizontal é uma decisão muito arriscada, pois segundo a NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos), na próxima safra há previsões de chuvas abaixo da média histórica, principalmente em Janeiro e Fevereiro.

Portanto, além de investir capital para compra ou arrendamento, realizar as operações de preparo, plantio e tratos, ainda há possibilidade de outra estiagem prolongada e com isso a multiplicação das perdas.

LEIA MAIS > Bolsonaro sanciona com vetos lei que permite venda direta de etanol

Investir em irrigação pode ser a melhor opção, pois além da garantia contra a estiagem, caso ocorram geadas ou mesmo incêndios, um canavial com irrigação terá menos perdas.

Não que a irrigação evite a geada ou o incêndio, mas uma vez a cultura danificada ela irá rebrotar, ou seja, iniciar um novo ciclo, e para isso necessitará de água. E como ter água nos meses mais secos do ano? Somente com irrigação!

Um dos sistemas de irrigação que mais cresce no mercado é o gotejamento subterrâneo. Suas principais características são: maior eficiência e uniformidade na aplicação de água, aplicação de nutrientes e realização da proteção de cultivos (aplicação de defensivos químicos ou biológicos via irrigação).

Além do aumento da produtividade e longevidade nas áreas irrigadas por gotejamento, a tecnologia proporciona estabilidade na produção e ganhos operacionais que vão além da área irrigada, trazendo sustentabilidade e rentabilidade para todo sistema produtivo. É, sem dúvidas, o melhor caminho a seguir!

Daniel Pedroso – Especialista Agronômico, Netafim Brasil

Esta matéria faz parte da edição de dezembro do JornalCana. Para ler, clique AQUI!