A exemplo da safra 2018/19, que oficialmente termina em abril próximo, a 2019/20 novamente deverá ter mix mais alcooleiro. A previsão consta do Boletim de Conjuntura Energética da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Divulgado em dezembro último, o documento é produzido pela FGV Energia, dirigida por Carlos Otavio de Vasconcellos Quintella.
A tendência de manutenção do mix mais alcooleiro na 19/20, segundo o relatório, reflete o bom desempenho de mercado interno do etanol em 2018.
Os aumentos de preços da gasolina, praticados pela Petrobras ao longo do ano passado, contribuíram para o aumento da destinação da cana para a produção do biocombustível, uma vez que elevou a competitividade do hidratado em relação ao derivado fóssil nos postos de combustíveis.
O Boletim da FGV Energia destaca que a maior procura pelo hidratado fez com que as vendas acumuladas entre janeiro e outubro registrassem um aumento de 42,1% entre 2017 e 2018, enquanto a demanda por gasolina caiu 13,5%.
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Guinada
O bom desempenho do mercado consumidor de etanol no Brasil consolidou o posicionamento da maioria das unidades produtoras na safra 18/19.
Diante um cenário de baixas nas cotações internacionais do açúcar, por conta do superávit de oferta, as unidades destinaram quantidade maior de cana para a produção de etanol, em especial o hidratado.
A guinada para o etanol foi certeira enquanto solução produtiva. Mas o saldo financeiro final foi ruim para o caixa das unidades, já que os valores do biocombustível são inferiores aos recebidos pelo açúcar.