Com menores volumes, as negociações de açúcar cristal no mercado spot de São Paulo estiveram em ritmo mais lento nos últimos dias. De acordo com o Cepea, os compradores se mostraram abastecidos com as aquisições recentes. “Na semana retrasada, boas quantidades foram comercializadas no spot”, lembrou o centro de estudo.
Outro fator que pode ter influenciado na demanda foi a queda nos preços do açúcar demerara na Bolsa de Nova York (ICE Futures), contexto que pode desestimular as exportações e elevar a oferta doméstica do cristal. Além disso, a desvalorização externa pode manter o comprador retraído, à espera de recuo também no mercado interno.
De 22 a 26 de junho, a média do Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi de R$ 75,95/saca de 50 kg, baixa de 0,27% em relação à média de 15 a 19 de junho (R$ 76,15/saca de 50 kg).
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Preços internacionais também em queda
“O mercado físico de açúcar deu uma arrefecida, com os prêmios para embarque julho encolhendo rapidamente. O congestionamento no porto também diminui de intensidade e a entrega volumosa que todos esperavam para o julho não vai mais acontecer”, afirmou Arnaldo Luiz Corrêa, da Archer Consulting – Assessoria em Mercados de Futuros,
De acordo com a consultoria, o mercado futuro de açúcar encerrou a sexta-feira cotado a 11.52 centavos de dólar por libra-peso, uma queda de quase doze dólares por tonelada em relação à semana anterior. O real, por sua vez, compensou a queda, se desvalorizando 2.80 % na semana e fechando perto de R$ 5.4600 por dólar. Os preços em reais por tonelada (linearmente) para 20/21, 21/22 e 22/23 fecharam a R$ 1,480, R$ 1,496 e R$ 1,480, respectivamente.
Para Corrêa dificilmente o Brasil irá exportar o volume que muitos esperavam, ou seja, volumes de 26 a 30 milhões de toneladas de açúcar. Na opinião do consultor, quem vai exportar mais, ou pelo menos indica que o fará, é a Índia. “O país aumentou em 8% a área destinada à cana. Além do mais, menor arrecadação dos governos indiano e tailandês pelo encolhimento da atividade econômica entre 5.3-5.8 % para este ano, deve tornar o subsidio governamental uma conta mais difícil de fechar em um ciclo de maior produção e menor consumo”, destaca.