A revisão do método Consecana segue indefinida. O JornalCana apurou junto a fontes ligadas a fornecedores de cana-de-açúcar que não houve definição na reunião de 16/07, na sede da entidade, na capital paulista, que reuniu representantes de produtores e da indústria sucroenergética.
Segundo as fontes, que conversaram com o JornalCana durante o Global Agribusiness Forum 2018, na capital paulista, não foi possível que as partes batessem o martelo na reunião de 16/07.
O principal motivo do impasse, conforme relatam as fontes, foi o percentual que define o método de pagamento da cana-de-açúcar. Representantes queriam ampliar esse percentual para cobrir os custos de produção, mas ele não foi aceito.
Com a indefinição, o Consecana novamente deverá voltar à pauta de discussão da reunião de representantes da indústria e dos fornecedores em agosto próximo. O órgão tem reuniões mensais.
A revisão do Consecana ainda é esperada para este 2018, porque oficialmente nesse ano deve ocorrer a chamada revisão do método, que é feita a cada cinco anos.
Sem uma definição rápida, corre-se o risco de o ‘novo’ método não entrar em vigor ainda nesse ano.
Mais sobre o Consecana
Formado por representantes de produtores de cana, por meio da Organização dos Plantadores de Cana do Centro-Sul do Brasil (Orplana), e da indústria, por meio da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), o Consecana define modelo pelo qual é feito o pagamento da cana-de-açúcar dos produtores.
Esse modelo, que foi adotado pelas regiões canavieiras de todo o Brasil, é questionado por lideranças como representantes da própria Orplana.
Em reunião em 15/06 organizada pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA) em Brasília, Gustavo Rattes, vice-presidente da Organização dos Plantadores, foi afirmativo: “os preços que são praticados hoje não refletem a realidade e estão inviabilizando as atividades do produtor.”
“O Consecana é um sistema justo, mas precisa de revisão devido à defasagem dos preços”, emendou Rattes na reunião da CNA.
Por conta da situação, a CNA assumiu o papel de ajudar a encontrar uma solução.
“É interesse da CNA trabalhar junto com as Federações e organizações para mostrar a grave discrepância nos preços pagos ao produtor”, disse na reunião Ênio Fernandes, presidente da Comissão Nacional de Cana-de-Açúcar da Confederação.
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“A CNA não quer substituir nenhum índice que já existe, mas apenas lançar um preço justo, transparente e de credibilidade tanto para o produtor quanto para o mercado”, afirmou ele.