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Revisão da StoneX eleva crescimento do TCH para a safra 2023/24 em 4,9%

 A consultoria também estima um crescimento de 3,6% na área a ser colhida totalizando 7,5 milhões de hectares

Revisão da StoneX eleva crescimento do TCH para a safra 2023/24 em 4,9%

A safra 2022/23 apresentou uma área total de cultivo de aproximadamente 7,49 milhões de hectares, retração de 3,18% no comparativo com a anterior.

O TCH – tonelada de cana por hectare – finalizou com uma média de 73,3 ton/ha (+7,4%) resultando em uma moagem de 548,3 milhões de toneladas (+4,6%) e um ATR – Açúcar Total Recuperável – de 140,8 kg/ton de cana.

Diante a perspectiva de um cenário climático favorável para safra 2023/24,  a StoneX elevou suas estimativas de produtividade em relação ao valor projetado no relatório de março/23.

O TCH estimado para a safra 2023/24 ficou em 76,9 t/ha, crescimento de 4,9% em relação ao realizado da safra 2022/23.

Além disso, considerando um atraso na colheita do ciclo anterior, devido ao excesso de chuvas que incidiram na região desde o terceiro trimestre de 2022, estima-se um crescimento de 3,6% na área a ser colhida, que deve totalizar 7,75 milhões de hectares.

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Segundo o relatório, a expectativa para a moagem no Centro-Sul foi de 595,9 milhões de toneladas, podendo representar aumento anual de 8,7%. Em meio aos registros e às expectativas climáticas que apontam para um crescente volume de chuvas na região, estima-se que o ATR médio das lavouras apresente uma retração frente ao fechamento da temporada 2022/23, na ordem de 1,1%, totalizando 139,3 kg/t.

O mix produtivo para temporada, assim como evidenciado no ciclo anterior, permanece registrando uma tendência de crescimento para o açúcar, aponta o relatório.

Com o cenário internacional registrando altas constantes para o adoçante, em função de estoques mais apertados em toda a cadeia global da commodity, as cotações do #11 em Nova Iorque têm alcançado patamares recordes de negociação, promovendo assim, uma larga vantagem do demerara na paridade com o etanol, uma vez que o biocombustível, desde meados de 2022 tem tido a sua demanda prejudicada em função da baixa competitividade com a gasolina.

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Dessa forma, para o ciclo 2023/24, a safra apresenta uma tendência de manutenção desse cenário vantajoso para o açúcar, sendo projetado um crescimento no mix açucareiro em relação à safra 2022/23.

Entretanto, a maior parte da produção ainda deve ser destinada à destilação do etanol, e, com a retomada da cobrança parcial de impostos desde março/23, o álcool tende a recuperar parte da sua competitividade com o fóssil e ter suporte para a retomada da demanda a partir do segundo trimestre de 2023, quando as usinas devem ampliar a oferta do biocombustível.

A consultoria estima que 47,0% do volume de biomassa processada deverá ser destinado à produção de açúcar, enquanto 53,0% deverão ser direcionados para a fabricação de etanol.

A oferta de açúcar pelo Centro-Sul em 2023/24 deve totalizar 37,2 milhões de toneladas (+10,2%), ao passo que a destilação de etanol de cana é estimada em 25,8 milhões de m³ (+5,3%). Especificamente, com uma produção de hidratado em 15,6 milhões de m³ – avanço safra-a-safra de 9,8% – enquanto 10,2 milhões de m³ de anidro devem ser ofertados pelas usinas do Centro-Sul (-0,9%).

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Para a StoneX a produção do etanol de milho deve continuar ganhando espaço, apresentando um crescimento anual de 29,5%, totalizando 5,7 milhões de m³. Se concretizada a estimativa, o etanol produzido a partir do milho terá uma participação de 18,1% no total, cerca de 3,0 pontos percentuais acima do projetado para a safra 2022/23.

Dessa forma, a produção total do biocombustível deve totalizar 31,5 milhões de m³ em 2023/24, alta de 7,4% frente ao volume realizado na safra 2022/23.