O desenvolvimento do canavial para a safra 2025/26 está em sua plenitude diante de condições climáticas favoráveis, porém, não podemos esquecer dos desafios enfrentados na safra 2024/25, especialmente para a região produtora do Centro-sul do Brasil.
Incêndios criminosos assolaram os canaviais, com profundos impactos no planejamento de colheita das usinas, comprometendo a qualidade da matéria-prima, o mix de produção, a produtividade agrícola da safra corrente e da safra seguinte, o desenvolvimento de soqueiras, além dos danos ambientais e a terceiros.
Esses eventos sublinham a necessidade urgente de estratégias eficazes de prevenção e controle.
Outro desafio crítico foi o aumento das doenças da cultura, como o complexo do Murchamento da Cana, causado por patógenos como Colletotrichum, Pleocyta e Fusarium, onde, estas causaram severos danos à produção agroindustrial (produtividade e qualidade da cana), exigindo atenção redobrada das equipes agronômicas quanto a prevenção e timing de controle.
Paralelamente, os danos causados pelo Sphenophorus levis foram evidenciados e catalisados pelo cenário de déficit hídrico em grande parte da região produtora, destacando a necessidade de acompanhamento contínuo, e de “controles associados” cada vez mais eficazes.
Diante desse cenário, é fundamental refletir sobre as ações que devemos efetivar para mitigar os efeitos dessas adversidades.
No caso dos incêndios criminosos, o setor tem se empenhado em adotar tecnologias de monitoramento, com a utilização de imagens de satélites e/ou câmeras de longo alcance, instalação de salas de monitoramento, além de investimentos em treinamentos de equipes e estruturas adicionais para combate à incêndios rurais, e práticas que inibem a propagação do fogo.
Quanto a revitalização do canavial para a safra 2025/26, deveríamos elaborar um plano de aplicação de produtos fitossanitários específicos no pós-seca do canavial (com aplicações após o retorno das chuvas) para revitalizar o canavial estressado pela condição climática atípica e/ou provocada pelos incêndios criminosos.
Será que essa estratégia agronômica foi realizada, considerando as condições de cada área de produção?
O controle complementar do Sphenophorus foi realizado adequadamente, especialmente nas áreas afetadas por incêndios, e, após a condição de seca prolongada que o canavial foi submetido?
E quanto ao manejo de doenças fúngicas e bacterianas que comprometem as folhas e o colmo da cana, afetando severamente a área fotossintética da planta, as ações têm sido eficazes, quanto aos ingredientes ativos, manejo e timing?
Essas questões são cruciais para a preparação e formação da próxima safra, e, nos reflete ao aprendizado e melhoria contínua de nossos processos produtivos.
É necessário cada vez mais agir com proatividade e agilidade, implementando soluções tecnológicas e agronômicas que garantam a sustentabilidade e a produtividade do setor.
*COO – Diretor de Operações na Usina Santa Terezinha