Em 2011, a unidade Maracaí foi a primeira usina a obter a certificação pelo Padrão de Produção Bonsucro. A unidade faz parte da Raízen, que possui 95% de suas usinas de cana-de-açúcar certificadas.
Dez anos depois, mais de 100 usinas em todo o mundo em países como Paquistão, Colômbia, México, Índia, Austrália e Ilhas Maurício também têm a certificação Bonsucro. E essa lista está crescendo. A Bonsucro se tornou o mais conhecido e respeitado padrão de sustentabilidade para a cana-de-açúcar.
A Bonsucro é uma iniciativa global sem fins lucrativos que visa reduzir impactos ambientais e sociais na produção de açúcar, etanol e energia provenientes da cana-de-açúcar. A certificação garante a compradores, fornecedores e consumidores finais que o açúcar e o etanol foram produzidos com foco no cumprimento de cinco itens: legislação, biodiversidade e impacto ao ecossistema, direitos humanos, produção e melhora contínua.
LEIA MAIS >Biogás pode reduzir emissões de metano em mais de 30% até 2030
Primeira certificação de sustentabilidade voltada especificamente para o setor sucroenergético no mundo, a Certificação Bonsucro, que tem validade de três anos e pode ser renovada, exige que as empresas adotem pelo menos cinco critérios essenciais baseados nos pilares sustentabilidade, lucratividade e competitividade: cumprimento a lei; respeito aos direitos humanos e trabalhistas; aumento da sustentabilidade (gerenciando com eficiência insumos, produção e processamento); gerenciamento ativo da biodiversidade e serviços do ecossistema; e melhoramento constante das áreas chaves do negócio.
Para a CEO da Bonsucro, Danielle Morley, o compromisso da Raízen com certificação “é sempre um marco significativo para nós, para a Raízen e para todo o setor bioenergético”.
Segundo Danielle, a certificação Bonsucro foi estruturada em 2009, resultado de uma combinação de anos de diálogo anteriores entre as empresas líderes e organizações não-governamentais. “Dois anos depois, em 2011, colocamos os toques finais no sistema de certificação finalizando o processo que viu a Raízen, vencer a corrida para se tornar a primeira empresa no mundo, a ter uma usina certificada de acordo com o padrão Bonsucro. Hoje, temos 138 usinas certificadas em 20 países e na última década nossos membros venderam quase 10 milhões de toneladas de açúcar e 1,4 milhões de metros cúbicos de etanol, uma grande conquista”, elucidou.
LEIA MAIS > Volume de CBios supera em 3,5% a meta anual de emissões
“O compromisso com a sustentabilidade já faz parte do DNA da nossa empresa” afirmou Ricardo Mussa, CEO da Raízen. “Quando começamos os negócios com uma joint-venture da Cosan e Shell em 2011 e aí já tivemos naquele ano, a primeira certificação de uma usina E isso tem sido parte da nossa pauta desde então. Outra coisa que quero citar é que fazer as coisas de forma correta também é um com negócio. Podemos testemunhar isso”, disse.
O executivo comenta que, quando se menciona o custo da implementação para se obter essa certificação, não é nada comparado às conquistas em termos de lucratividade e sustentabilidade dos negócios. “Nós somos muito mais que uma usina de açúcar. Temos etanol, biogás, entre outros. E todos esses produtos derivados têm a certificação da Bonsucro e assim podemos provar aos nossos clientes que está fazendo o que é correto, indo na direção certa. E isso nunca foi tão importante, como estamos vendo hoje para o mercado”, ressaltou.
Para André Valente, gerente de sustentabilidade da Raízen, os resultados obtidos justificam todo o investimento na busca da certificação. “Foi difícil no início justificar o investimento, mas hoje temos a visão de que só há uma forma de produzir cana: a forma sustentável e isso faz muito mais sentido.” Valente disse que até o final deste ano, a Raízen dever estar com 100% de suas usinas certificadas.
LEIA MAIS > A irrigação por gotejamento pode aumentar sua pontuação no RenovaBio
Critérios
Os critérios adotados pelo Bonsucro foram definidos a partir da colaboração de produtores, consumidores, compradores de açúcar e produtos derivados, investidores, traders e organizações não-governamentais – todos interessados em aperfeiçoar a produção sustentável de cana e que podem receber a certificação.
Durante o processo de determinação dos critérios, foram conduzidos estudos em usinas do Brasil, da Austrália, da República Dominicana, da África do Sul e da Índia, com o objetivo de obter uma visão representativa dos valores, práticas e aspirações do setor. Os critérios são revistos periodicamente para sempre acompanhar a evolução dos processos e do meio ambiente e as empresas certificadas passam por auditorias anuais feitas por institutos independentes.