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Raízen assina contrato para fornecer 3,3bilhões de etanol E2G para a Shell

Companhia vai investir R$ 6 bilhões em novas plantas para produzir o biocombustível

Planta etanol 2EG da unidade Bonfim em construção
Planta etanol 2EG da unidade Bonfim em construção

A Raízen assinou, nesta segunda-feira (7), um contrato para comercialização de etanol celulósico de segunda geração (E2G), produzido a partir da biomassa da cana-de-açúcar, até 2037 com a Shell, em conexão com um Programa de Investimentos para construção de 5 novas plantas de E2G, que totalizará R$ 6 bilhões.

O documento prevê a entrega de 3,3 bilhões de litros (3,3 milhões de m³) de E2G, que serão produzidos em 5 novas plantas com início das operações previsto entre 2025 e 2027, totalmente integradas aos Parques de Bioenergia da Raízen.

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“Considerando o preço mínimo definido para o E2G, a receita com a venda no âmbito deste contrato atingirá, no mínimo, EUR 3,3 bilhões”, informa Ricardo Lewin, diretor Vice-Presidente Financeiro e de Relações com Investidores da empresa.

O contrato ainda prevê um ajuste de preço vinculado à cotação de mercado do E2G, quando da entrega do produto. Desta forma, caso a cotação esteja acima do preço mínimo, haverá uma divisão do prêmio entre as partes.

Adicionalmente, com a evolução da tecnologia e a consequente redução da pegada de carbono do biocombustível, a Raízen poderá se beneficiar de um prêmio adicional a ser estabelecido conforme o aprimoramento das regulações vigentes nos mercados envolvidos.

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Ricardo Lewin, diretor Vice-Presidente Financeiro e de Relações com Investidores da Raízen

A Raízen prevê uma margem EBITDA de aproximadamente 50%, com investimentos em manutenção estimados em R$ 50 milhões por planta/ano, proporcionando geração robusta de fluxos de caixa.

Assim, o fluxo de investimentos será suportado pelos recursos captados no IPO da Raízen e geração de caixa dos negócios, em conexão com a sustentação de uma estrutura de capital otimizada.

Atualmente a Raízen opera a maior planta de E2G do mundo no Parque de Bioenergia da Costa Pinto, onde vislumbram atingir uma produção recorde de 30 mil m³ na safra 2022/23.

“A assinatura deste contrato, em agregação aos demais existentes, expande a carteira de demanda contratada de E2G da Raízen para, no mínimo, EUR 4,3 bilhões”, afirma Ricardo Lewin, diretor Vice-Presidente Financeiro e de Relações com Investidores da empresa.

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De acordo com o executivo, esta carteira equivale a 4,3 milhões de m³ de E2G já comercializados em contratos de longo prazo, volume que, ao deslocar o uso da gasolina do setor de transportes, evita emissões da ordem de 6,6 milhões de toneladas de CO2, ou o equivalente ao estoque de carbono de uma floresta tropical com 3 vezes o tamanho da cidade de Paris, na França.

“O mesmo volume de E2G, se utilizado para produção de Combustível de Aviação Sustentável (SAF)4, evitaria o consumo de 2,6 milhões de m³ de querosene de aviação e consequentemente a emissão de 5,2 milhões de toneladas de CO2 em um setor onde alternativas tecnológicas de descarbonização ainda se mostram pouco viáveis, denominados como “hard-to-abate sectors””, exemplifica.

Lewin confirma ainda os planos da companhia para os próximos anos. “A Raízen reitera seu plano de atingir 20 plantas de E2G até 2030/31, com uma capacidade instalada de produção de, aproximadamente, 1,6 milhão de m³/ano”, conclui.

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