Em Minas Gerais, a produção de cana-de-açúcar deverá sofrer uma redução de 7% em relação ao ano anterior, podendo chegar a 65 milhões de toneladas de cana esmagada. A redução é atribuída ao período de seca e também ao número de queimadas que afetam a região produtora.
Com a queda, a produção de etanol hidratado está menor e, no acumulado da safra até 16 de setembro, já caiu 17% frente ao ano passado. Com a menor oferta e os preços da gasolina em alta, o que também afeta a cotação do biocombustível, os preços estão cerca de 80% maiores para os produtores.
Para o presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, as condições climáticas adversas e o grande número de queimadas contribuíram para esta redução.
“Depois de 2020 ter registrado recorde de safra, nós tivemos uma seca muito severa, alguns episódios de geadas e agora incêndios na zona rural, o que também impacta na atividade. Por isso, a safra será menor. Em 2020 foram mais de 70 milhões de toneladas de cana e este ano devemos chegar a 65 milhões de toneladas. Até 16 de setembro, havíamos produzido 53,1 milhões de toneladas, ante 54,7 milhões de toneladas registradas em igual período de 2020, uma queda de 3%. Acredito que a gente tenha mais três quinzenas de safra, o que possibilitará o volume de 65 milhões de toneladas”, explicou o executivo ao JornalCana.
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“Nós, como produtores, temos a obrigação de ofertar etanol anidro, que é misturado na gasolina. Então, estamos priorizando esta produção, que no acumulado da safra está aumentando 38% se comparamos com o mesmo período do ano passado. Enquanto isso, o hidratado está caindo 17% em função também do mercado. Há uma migração do hidratado para a gasolina, que está com preços mais competitivos. A diferença dos preços do etanol hidratado e da gasolina está ficando menor e o consumidor faz as contas e vê que o etanol perdeu a competitividade”, explicou.
Os dados do Siamig apontam para uma queda de 17% na produção do biocombustível no acumulado da safra até 16 de setembro. No mesmo período, a fabricação de anidro subiu 38%, enquanto a de açúcar caiu 2% e está em 3,5 milhões de toneladas. A fabricação de etanol total está em 2,22 bilhões de litros, alta de 2%.
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Com a oferta menor, os preços do etanol hidratado estão mais altos para os produtores. O litro, sem impostos, nas usinas, está em torno de R$ 3,30, o que representa um avanço de 80% frente à cotação registrada em igual período anterior.
“Os preços do etanol estão sendo remuneradores para os produtores. Tivemos queda na produção e aumento de custo relacionado à inflação do Brasil e a preços dos insumos. Acreditamos que o produtor terá um resultado positivo, mas será muito desigual dependendo do efeito da seca nas diversas unidades produtoras do Estado”, disse Campos.