Quais fatores influenciam na utilização de microrganismos e solubilização de fosfatos nos canaviais?

Dentre os macronutrientes primários, o fósforo (P) é o que as plantas exigem em menores quantidades.

Mesmo assim, em nosso solo, os teores de P disponíveis ainda não suprem essa demanda.  Isso se deve ao fato de nossos solos serem fortemente intemperizados. E, além disso, temos outro agravante, que é a forte retenção do fósforo na parte sólida do solo.

É neste cenário que entram em ação os microrganismos solubilizadores de fosfato (MSF), que são importantes para a máxima eficiência na adubação fosfatada, em virtude da alta retenção desse nutriente pelas partículas do solo, o que além de perdas econômicas, provoca prejuízos ambientais, devido às aplicações em massa de fertilizantes fosfatados.

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Muitos microrganismos do solo são capazes de solubilizar formas insolúveis de fosfato por meio de diversos mecanismos, porém uma das maiores dificuldades para tal aplicação é a capacidade do microrganismo de se estabelecer no solo rizosférico, sendo complicada por diversos fatores como: competição por recursos do meio, predação por protozoários, falta de entendimento sobre a atividade desses microrganismos e sua relação com comunidades microbianas nativas do solo e com diferentes espécies de planta, além dos fatores abióticos, como textura do solo, tipo de argila, temperatura, pH, umidade e a disponibilidade e eficiência de diferentes substratos orgânicos e de fontes de fosfato a serem solubilizadas.

Existem produtos no mercado contendo inóculos de MSF, mas é necessário maior número de pesquisas sobre a capacidade de diversos microrganismos em solubilizar diferentes fontes de fosfatos naturais, além de sua relação com as culturas anuais mais cultivadas no país.

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As pesquisas nesse segmento seguem avançando no país e já existe inoculante solubilizador de fósforo para a cana-de-açúcar, formado por duas bactérias que aumentam a absorção de fósforo pela planta, aumentando a produtividade.

As bactérias usam mecanismos distintos para promover maior crescimento das raízes e aproveitar o fósforo, tanto o presente no solo como o fornecido por fertilizantes. Testes registraram ganhos médios de 12 toneladas por hectare após a aplicação do produto.

Raffaella Rossetto, pesquisadora do Centro de Cana de Açúcar do Instituto Agronômico (IAC), irá detalhar mais sobre o tema no CANABIO 2023, que será realizado nos próximos dias 24 e 25 de maio, no Centro da Cana –  IAC, em Ribeirão Preto – SP.

Aquecimento a busca da cana regenerativa

O webinar WarmUp CANABIO23 – Em Busca da Cana Regenerativa, que acontece amanhã, quarta-feira, 10 de maio, às 19hs (Brasília), no canal JornalCana do YouTube aquece os motores sobre a busca da cana regenerativa.