A estimativa para a produção brasileira de açúcar na safra 2021/22 é de 36 milhões de toneladas, representando uma redução de 6%, afirmou a trading britânica Czarnikow, nesta quinta-feira. “As usinas ainda vão maximizar a produção de açúcar, mas a quantidade de cana disponível para moagem será menor”, explicou Ana Zancaner, analista da Czarnikow.
As secas registradas no último ano, incêndios acidentais e criminosos, danificaram os canaviais em formação, resultando em áreas perdidas ou com perdas significativas na produção agrícola. A quantidade de chuvas nos próximos três meses é essencial para o desenvolvimento da cana. “Precipitações abaixo do normal podem atrapalhar a evolução da cultura e reduzir a disponibilidade de cana”, ressalta a analista.
De acordo com o relatório da trading, no trimestre anterior, as chuvas ficaram 26% abaixo da média, sendo o quarto trimestre mais seco dos últimos 10 anos. Nos estados de Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná foram registrados os índices mais baixos de chuvas, neste período.
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A Czarnikow informou ainda que a moagem no Centro-Sul do Brasil deverá ser de 580 milhões de toneladas em 2021/22, menor do que os 605 milhões de toneladas registrados na safra atual, até então.
Informou ainda que as usinas fizeram hedge de uma quantidade recorde de açúcar para esta época do ano e que 70% da produção do adoçante do ciclo 21/22 já foi precificada e que as unidades devem destinar 47,3% da matéria-prima para a produção do alimento, visto que os retornos do alimento são os mais altos já registrados em reais /tonelada.