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Produção de açúcar da Tailândia deverá reduzir para 7-8Mt em 2023/24

Confira as projeções da hEDGEpoint

Produção de açúcar da Tailândia deverá reduzir para 7-8Mt em 2023/24

Com o início de novembro, as perspectivas de colheita da cana no Hemisfério Norte tornam-se um pouco mais tangíveis. Embora nenhum relatório de moagem realizada tenha sido divulgado até agora, algumas agências atualizaram suas previsões para a temporada ressalta a hEDGEpoint.

Os preços do açúcar bruto começaram a semana corrigindo apenas para voltar para o nível de 27,5 USc/lb na quarta-feira, após as estimativas da ISMA de 33,7Mt para a safra 2023/24 serem divulgadas, um declínio acentuado em comparação com as 36,6Mt na safra 2022/23.

Depois de considerar o desvio de cerca de 3,5Mt de etanol – uma janela de moagem curta deve comprometer a capacidade do país de desviar produto ao biocombustível – a Índia ainda seria capaz de produzir cerca de 30Mt do adoçante. Portanto, concordamos com a agência que se deve esperar um saldo positivo entre produção e consumo em 2023/24, levando a uma possível formação de estoques, já que o governo deverá priorizar o mercado doméstico.

Como resultado, a atualização da produção da Índia não trouxe quaisquer alterações aos números dos nossos fluxos comerciais, uma vez que já não eram esperadas exportações.

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Simultaneamente, a Thai Sugar Millers Corp. também divulgou um comunicado sobre a situação e as previsões da safra 2023/24 da Tailândia. Segundo a agência, a produção de adoçantes deverá reduzir para 7-8Mt, ou uma queda superior a 25%, impactando a participação do país no mercado global.

Conforme discutido em relatórios anteriores, esperamos que a Tailândia produza 8,1Mt e exporte apenas 5,1Mt, em comparação com os 7,9Mt esperados para 2022/23 (dez-nov).

Contudo, as notícias altistas vindas da Tailândia não se limitaram a estas perspectivas. A recente decisão do governo, tomada na última terça-feira, de categorizar o açúcar como uma commodity controlada afetará significativamente o setor.

Tal como outros bens controlados, esta classificação implica que quaisquer alterações nos preços de varejo (ou volumes de exportação) exigirão a aprovação de um comitê regulador. Embora o objetivo das autoridades seja garantir o abastecimento interno de açúcar e gerir a inflação, os usineiros estão receosos de que isso possa resultar em atrasos no cumprimento dos contratos de entrega.

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Estes eventos contribuem para uma tendência bem conhecida: o aperto de disponibilidade. Mas lembre-se, essa escassez ainda não é totalmente sentida pelos destinos, já que o Brasil continua bastante forte e negociando com desconto, adicionando resistência aos aumentos de preços.

A falta do Hemisfério Norte será sentida especialmente durante a entressafra do Brasil. É claro que com mais cana o Centro-Sul poderá fornecer mais açúcar do que o normal, mas as chuvas devem atrapalhar – como sempre. Entre novembro e fevereiro, os dias perdidos tendem a aumentar de aproximadamente 1 durante o inverno para mais de 3 dias.

Combinando chuvas com cana de menor qualidade, fica difícil para as usinas manterem um mix de açúcar alto. Ainda assim, a região continuará a produzir o máximo possível do adoçante, dada a disparidade de preços. Portanto, os destinos devem começar a sentir os impactos da ausência do Hemisfério Norte apenas no primeiro trimestre de 2024.

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Mas lembre-se, o consenso do mercado é que, na ausência de qualquer evento climático intenso, o Brasil está pronto para outro bom ano em 2024/25, tornando o 1ºT/24 e o 2ºT/24 a única janela verdadeiramente altista.

“O Centro-Sul brasileiro é a principal força baixista. No entanto, a sua influência permanece limitada até o vencimento do contrato de março, que geralmente reflete a disponibilidade no Hemisfério Norte. Este ano, todas as evidências apontam para escassez na região, o que alimenta uma tendência de alta para este contrato”, conclui a