Altino Ventura Filho, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério das Minas e Energia, afirmou ontem em Brasília que o governo sabe da importância da biomassa na matriz energética brasileira, e sabe das dificuldades e do problema conjuntural que o setor enfrenta na atualidade. Para ele, esse seria um empecilho para o crescimento da bioeletricidade no país. Quando questionado sobre as ações para aumentar a participação da biomassa na matriz, Ventura disse que o Plano Decenal de Expansão de Energia, pretende dobrar a capacidade instalada da biomassa de 10 mil megawatts, para algo em torno de 20 mil megawatts. “Dessa forma, a biomassa saltará de 8% para 10% de sua capacidade instalada”, lembra.
Mas para isso, deixou claro que o setor sucroenergético precisa superar suas dificuldades. Segundo Ventura, o plano governamental não segue no ritmo esperado porque o setor está enfrentando um problema conjuntural por conta do clima, e da competição do etanol com gasolina e isso provocou a falta ou a lentidão dos investimentos na renovação nos canaviais. “Das 57 usinas que o MME está acompanhando a produção de energia, em capacidade instalada que entraram nos leilões, dos 1380 megawatts médio de energia garantida, apenas 818 megawatts são gerados na atualidade, menos do que o sistema tinha expectativa de receber”, diz.
De acordo com ele, para o setor crescer em bioeletricidade precisa de ter ganho de eficiência e produtividade. “Ele precisa produzir com mais eficiência, precisa ter financiamentos do BNDES, sem contar o endividamento que enfrenta.
A questão ambiental, no quesito licenças ambientais também dificultam a viabilidade de projetos energéticos. O Brasil precisa de 7 a 8 mil megawatts por ano de novas instalações para suprir a demanda. E dentro disso, desejamos que a biomassa continue se desenvolvendo de forma sustentável”, enfatiza.