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Presidente do Sindalcool-PB ressalta produção de energia de biomassa das usinas da Paraíba

Palha e bagaço da cana-de-açúcar são usados para produção de energia elétrica renovável e limpa

Presidente do Sindalcool-PB ressalta produção de energia de biomassa das usinas da Paraíba

As usinas de açúcar e etanol situadas na Paraíba também contribuem para evitar as emissões poluentes com a produção de energia de biomassa derivada da cana- de-açúcar. Esse processo gera eletricidade através dos resíduos da cana e supre, de forma sustentável, a demanda das próprias usinas. Algumas dessas unidades comercializam o excedente de energia para o Sistema Interligado Nacional (SIN) para o abastecimento de milhares de residências.

Segundo o Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool na Paraíba (Sindalcool-PB) e com base em dados da Empresa de Pesquisas Energéticas do Ministério de Minas e Energia (EPE/MME), o estado ocupa, no Nordeste, uma posição privilegiada na produção de bioenergia com 102 megawatt de capacidade instalada.

O presidente do Sindalcool-PB, Edmundo Barbosa, diz que o setor pode aumentar a capacidade de fornecimento de energia nos próximos anos. “A capacidade deve aumentar em 25% até 2030. A geração de energia elétrica com biomassa de cana na Paraíba é de 53,2 MWh. Esta geração equivale a 10% do consumo.

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O aproveitamento do bagaço e da palha da cana evita a emissão de gases de efeito estufa comuns na geração a óleo diesel, gás natural e carvão. Este tipo de geração de energia também compensa a geração de fontes intermitentes, como as fontes solar fotovoltaica e a cinética dos ventos. Acelerar a transição energética para fontes de baixo carbono é prioridade no mundo. Diante dos efeitos das mudanças climáticas, os estados e municípios precisam ter políticas públicas para que essa transição venha ocorrer”, diz Barbosa.

Na Paraíba, nos anos 2020/2021, foram moídas cerca de seis milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Cada tonelada moída na fabricação de açúcar e etanol gera, em média, 250 kg de bagaço e 200 kg de palha e pontas, o que é utilizado para a produção de eletricidade limpa e renovável.

De acordo com o relatório síntese 2021 da EPE/MME, que traz como base o ano de 2020, das fontes renováveis, a biomassa da cana fornece energia para o Brasil num percentual de 9,1%. As outras renováveis mais usadas são hidráulica (65,2%) e eólica (8,8%).

Desafios para a geração de energia de biomassa

Durante sua participação no Fórum Alternativas Energéticas 2021: Cenários e Perspectivas, um evento virtual realizado pelo Governo da Paraíba, por meio da Cinep, em parceria com a Prefeitura Municipal de João Pessoa e o Cear da UFPB, o presidente do Sindalcool-PB, Edmundo Barbosa, esteve presente no painel Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação & Novas Tendências: cases de sucesso tendências e desafios, no qual pôde apresentar o cenário de geração de energia da biomassa no estado e do potencial de geração com o biogás através  do aproveitamento de resíduos do setor sucroenergético.

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Edmundo Barbosa

“Essa é uma fonte de energia que gera empregos e renda. Temos um excelente potencial para crescer, mas é necessário investimento no aperfeiçoamento do processo e, por isso, a nossa parceria com o Centro de Energias Alternativas e Renováveis da UFPB já vem de algum tempo. Existe uma patente que estamos desenvolvendo para melhoria do uso de vapor para a geração de energia de biomassa. Essa é uma das nossas apostas, pois é uma tecnologia desenvolvida aqui na Paraíba e que já recebeu prêmios nacionais”, afirma o dirigente do SIndalcool-PB.

De acordo com Edmundo, a energia de biomassa não tem sido devidamente reconhecida para ter mais investimentos nesta fonte. Segundo Barbosa, é preciso ter uma remuneração mais adequada para essa fonte que evita as emissões.

Na oportunidade, o executivo sugeriu para a Paraíba a criação de um selo estadual de reconhecimento como proposta de política pública.

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“Como proposta sugiro o reconhecimento das energias renováveis através da criação de um selo, que é baseado em um trabalho do Banco Mundial. Seria importantíssimo se conseguíssemos conferir um certificado a quem gera energia renovável, fazendo isso em toda a cadeia, para converter cada vez mais, aqui no estado, aqueles que têm interesse em investimentos verdes. Essa é uma oportunidade para atrair mais investimentos verdes no estado”, declarou.

As unidades termoelétricas à biomassa na Paraíba são: D’Pádua, Açúcar Alegre, Miriri, Japungu Agroindustrial, Usina Giasa e Tabu Agroindustrial. Todas as empresas são vinculadas ao Sindalcool-PB e são certificadas pelo RenovaBio.