Em entrevista no evento Ethanol Summit, na capital paulista, Luís Roberto Pogetti, presidente do Conselho de Administração da Copersucar e do Conselho Deliberativo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), traça previsões sobre açúcar, etanol, preços e sobre o setor sucroenergético.
Preços:
“Apesar das dificuldades financeiras enfrentadas pelo setor, os preços do etanol e do açúcar deve ter recuperação na próxima entressafra.”
Por que?
“Há uma demanda muito forte pelo etanol, e portanto haverá um privilégio de produção, reduzindo a oferta de produto, o que deve criar uma estreiteza de oferta em relação ao açúcar.”
E sobre o açúcar?
“Estamos chegando ao fim de um ciclo longo de oferta superior à demanda. Esse ciclo de altas e baixas é natural na commodity, mas dessa vez o ciclo se alongou um pouco mais. Eu diria que por dois motivos: um é a queda do mercado de etanol brasileiro, há três anos, elevou a produção de açúcar, o que vem sendo revertido nos últimos três anos. Depois disso, alguns países importantes produtores, como Índia e Tailândia, vêm se favorecendo de políticas de subsídio à produção. Não existe uma reação da produção aos preços. A produção deveria ser menor quando o preço é menor. Mas isso não vem acontecendo na Tailândia, e a resposta é a política de subsídio.”
E a safra vigente em termos de preços?
“Enxergamos a safra vigente com preços entre 10% a 15% melhores para açúcar e etanol do que a média da safra passada.”
Qual sua previsão sobre a renovação de canaviais?
“Tem a ver com o cenário de dificuldade econômica de boa parte das usinas. Com caixa mais estreito, elas tentam extrair mais do canavial plantado. E diminui o processo de renovação. Isso ajuda o caixa no curto prazo, mas traz problemas no longo prazo.”
É possível prever como estará a cana na safra 16/17?
“Teremos mesmo volume com canavial um pouco mais velho”