Em seu relatório Agro Mensal, referente ao mês de abril de 2023, a Consultoria Agro do Itaú BBA, avalia que os preços do açúcar devem seguir em alta.
“Em NY, o mês de março e início de abril apresentaram valorização nos preços, atingindo os patamares mais elevados desde 2012. As cotações fecharam na tela de maio/23 em cUSD 25,25/lp (20/4), representando alta de 23,3% no comparativo com os últimos 30 dias”, aponta o documento.
O banco ressalta que este cenário é resultado do aperto no fluxo global de negociações de açúcar, aumento da posição comprada dos fundos especulativos, aumento dos preços de petróleo e as mudanças do ICMS no Brasil sobre a gasolina e anidro.
Segundo o relatório, o Centro-Sul encerrou a safra 2022/23 com moagem de 548 milhões de toneladas, aumento de 4,6% comparado com a safra de 2021/22.
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“A UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia) divulgou os números finais da safra, com a produção de açúcar atingindo 33,7 milhões de toneladas e etanol total de 28,9 milhões de m³, representando alta no comparativo com a safra anterior de 5,1% e 4,7% respectivamente. Durante a 2ª quinzena de março, 39 usinas deram início às operações, totalizando até o momento 52 unidades em processamento sendo que 11 unidades fabricam etanol a partir de milho”, informa.
De acordo com a consultoria, no curto prazo, a tendência é de preços sustentados com o aperto no fluxo global de açúcar. Até a produção de açúcar de fato começar no Brasil, os preços tendem a seguir firmes. Do lado da oferta, no curto prazo, será importante acompanhar a moagem e produção de açúcar na região Centro-Sul. O atraso no início de safra e a dificuldade de colheita causada pela chuva traz preocupações, uma vez que, haverá um maior volume de cana a ser colhido e há o risco de termos menos dias úteis de colheita diante do aumento da probabilidade de El Niño a partir de maio, o que pode impactar o tempo para moagem e dificultar a produção de açúcar”, avalia o relatório.
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Já para o etanol, a avaliação da consultoria é a de que o atraso no início da safra no Centro Sul fortalece os preços.
“O preço do hidratado se fortaleceu em mais um mês com a aprovação das mudanças no ICMS na gasolina A e no anidro, e as chuvas nas regiões canavieiras. Em Paulínia, o hidratado fechou em R$3,21/l (20/4) sem impostos, representando alta de 13,9% em relação aos últimos 30 dias. A previsão climática para a última semana de abril é de redução no volume de chuvas, o que, de acordo com a consultoria, poderá pressionar os preços do biocombustível”.
O banco indica ainda que o aumento de preços do hidratado na usina começa a chegar nas bombas. Com isso, a paridade entre a gasolina e etanol nos postos, na semana do dia 9 a 15 de abril, apresentou aumento, saindo de 70,8% para 71,1%. Em relação ao consumo, a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) divulgou as vendas de combustíveis até fevereiro/23, que versus fevereiro/22 houve redução de 5,7% na demanda de hidratado.
No mercado de fertilizantes, o relatório da Consultoria Agro informa que os preços dos fosfatados e potássicos seguem pressionados pela baixa demanda. “A melhora no clima para o plantio de primavera nos EUA sustentou os preços da ureia no mercado internacional. No Brasil, a demanda continua fraca, pressionando os preços internamente. No mercado de fosfatados e potássicos, a demanda global continua enfraquecida. No Brasil, assim como no mercado global, a demanda pelo macronutriente continua fraca, com perspectiva de aumento nas proximidades do final do semestre”, aponta o documento.
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Com relação às condições climáticas, o relatório aponta que as chuvas nas próximas semanas devem reduzir na faixa central do Brasil.
As chuvas desta semana deverão ficar restritas principalmente à Região Sul. De acordo com o mapa de previsão de chuvas da NOAA, divulgado na quarta, dia 24 de abril, até o próximo domingo, dia 30, as chuvas deverão ficar mais concentradas na parte oeste do PR e de SC, além do sul do MS.
No RS, embora a NOAA indique volumes insignificantes, o INMET apontou possibilidade de chuvas entre 20 e 40 mm no oeste do estado desde a quarta-feira, dia 26. Além disso, deve chover no ES e na faixa litorânea do Nordeste, e em partes do interior da BA, no sentido oeste. Em todos os casos deverão ser volumes menores, por volta dos 25 a 35 mm acumulados em 7 dias. Porém, na fronteira entre o MA e TO, há indicação de acumulado um pouco maior.
Segundo o relatório, na previsão mais estendida, entre 1º e 7 de maio, a indicação é de aumento dos acumulados na Região Sul, alcançando também a parte sul do estado de SP. Deve voltar a chover também na metade sul do PA, abrangendo o norte do TO e a fronteira daquele estado como MA. Com relação às temperaturas, a partir do dia 1º de maio é esperado um declínio na Região Sul, por enquanto sem risco de geadas nas áreas produtoras.