Líderes do setor sucroenergético concordam que em 2014, por se tratar de um ano eleitoral, mudanças significativas no mercado de combustíveis, por exemplo, é algo inviável. Contudo, nesta terça-feira, 6 de maio, a presidente Dilma Rousseff adiantou que, caso se mantenha no cargo, nem em 2015 as coisas tendem a mudar.
Em jantar no Palácio da Alvorada, com dez jornalistas, a petista falou sobre os problemas enfrentados pela Petrobras, incluindo, entre outros pontos, a política de preços estabelecida. “Gostaria que me mostrasse a conta. Me diz o que está defasado. Está defasado em relação a que?”, declarou a presidente, referindo-se ao preço do combustível fóssil, praticamente estagnado há anos.
A prática tem feito com que o setor sucroenergético, produtor de etanol, sinta na pele os efeitos. Em função da defasagem, os rendimentos financeiros seguem caindo, culminando em queda de investimentos, desemprego, entre outros graves problemas. “Não existe lei divina que determine que a gasolina brasileira deve flutuar de acordo com o mercado internacional. O preço do petróleo no Brasil não está ligado ao preço internacional e não tem de estar”, afirmou Dilma.
Adriano Pires, diretor do CBIE – Centro Brasileiro de Infraestrutura, por diversas vezes afirmou que a volta da Cide – Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico sobre a gasolina seria um alento aos produtores canavieiros. Mas, ao que parece, Dilma não concorda. “Sempre digo que previsibilidade é a chave do negócio. A volta da Cide traria maior estabilidade ao mercado. Mas como pensar nesta possibilidade se ela indica aumento da gasolina, que pode trazer inflação e, consequentemente, que na popularidade? Infelizmente, o governo foi muito incompetente na política de energia do Brasil”.