A Opep+, que reúne a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados, anunciou um acordo neste domingo (12) para a redução da produção diária de petróleo em 9,7 milhões de barris até junho. É o maior corte já definido pelo grupo e a medida visa impedir a queda dos preços do petróleo, que já chegaram à redução de 60% desde o início do ano, com valor de US$ 20. Hoje, o barril está sendo cotado a US$ 22,89.
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Para Martinho Seiiti Ono, CEO da trading SCA Etanol do Brasil, o corte é positivo, mas não é suficiente para atender a forte queda de demanda de combustíveis no mundo. “Particularmente penso que é insuficiente pela atual conjuntura mundial onde temos um estoque já alto, cuja demanda está deprimida e esse corte é insuficiente para as próximas semanas em termos de tamanho do mercado”, afirmou.
O executivo lembra que o setor sucroenergético no Brasil passa por dificuldades, com a queda no consumo devido a quarentena e isolamento social das pessoas, assim as medidas da Opep+ não são suficientes para dar um folego ao etanol brasileiro. “Com o andamento da safra, as usinas passam a ofertar cada vez mais produtos ao mercado e este por usa vez, está 50% menor do que foi no ano passado. Essa falta de demanda é um redutor de preço”, pontua.
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Seiiti Ono avalia ainda que o corte de 9,7 milhões de bpd terá efeito na Petrobrás que acompanha a política de preços internacionais, mas ainda não há como prever o que acontecerá com a decisão dos produtores de petróleo. De acordo com ele, o ideal seria que o Governo brasileiro tomasse medidas para manter o etanol competitivo, garantindo uma remuneração um pouco melhor para o produtor neste momento de falta de demanda.
“É importantíssimo que seja aprovado uma linha de financiamento para poder ajudar a capitalizar as usinas neste momento em que não tem liquidez na venda do biocombustível e manter a competitividade através da revisão da CIDE e da suspensão temporária do PIS Cofins”, concluiu.