A pedidos do JornalCana, o executivo Antonio Carlos Christiano, CEO da Usina Santa Fé, com unidade produtora em Nova Europa (SP), faz avaliações sobre a realidade do setor sucroenergético brasileiro.
Ele analisa também o que precisa ser feito.
1 – Queda da lucratividade do hidratado
“[Ocorre também com o] volume absurdo de importação sem o pressuposto das mesmas obrigações das usinas brasileiras, sem gerar empregos no país, com menor arrecadação de tributos, considerando todas as esferas, e mais poluente em sua cadeia produtiva.
A falta da Cide como tributo incentivador do uso de combustíveis renováveis e agentes da maior importância nas obrigações dos compromissos do clima.
Falta de política de incentivos atrelada a de obrigações da Indústria automobilística de melhorar a eficiência dos carros flex e de trazer para o Brasil a tecnologia de veículos pesados movidos a etanol, ônibus e caminhões.
Falta programa especial para aquisição da energia elétrica gerada pela queima do bagaço de cana.
Falta preço firme e fontes de financiamento, atrelado a um planejamento firme de 30 anos.
3 – Queda dos preços do açúcar
“Incapacidade (incompetência??) do maior produtor mundial em ditar um mínimo de vigor aos preços do açúcar, até pela carência de uma política federal de incentivo de uso combustíveis renováveis, com esclarecimentos à população, inclusive na prevenção das graves doenças causadas pelos combustíveis fósseis, notadamente nas maiores cidades.
Comprar o que é nosso, gerar emprego no Brasil e contribuir para o clima e para o meio ambiente.”
4 – Impossibilidade da grande maioria das empresas de médio porte acessarem fontes justas de financiamento
“O mercado olha Balanço, Liquidez e Solvência, difíceis de serem encontradas após quase 10 anos de crise do setor.
Como encontrar formas de análise com critérios diferentes que possam permitir saudável recuperação a estas empresas?