Na tentativa de reverter a queda na produção, a região Norte Fluminense aposta na tecnologia com a utilização de drones e melhoramentos genéticos e desenvolvimento de colhedoras.
A questão foi tema do VI Seminário da Cana-de-Açúcar que reuniu, em São Francisco de Itabapoana – RJ, produtores, gestores públicos e pesquisadores.
De acordo com a Associação Fluminense dos Plantadores de Cana (Asflucan), cerca de 6 mil agricultores devem produzir 1,8 milhão de toneladas, garantindo assim a moagem de três usinas na região e uma no Espírito Santo.
Apesar da grande quantidade, a produção está em queda em relação ao último ano, quando foram colhidas cerca de 2 milhões de toneladas, sendo insuficiente para atender à demanda.
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Segundo o presidente da entidade, Tito Inojosa, os municípios de Campos e São Francisco concentram 90% das áreas cultivadas de cana-de-açúcar na região. “É necessário apresentar e tornar acessível as novas tecnologias aos pequenos produtores. Estamos atrasados em relação a outros estados”, acrescenta.
Uma pesquisa de melhoramento genético está sendo realizada pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em Campos. O objetivo é garantir com que agricultores tenham acesso a sementes de cana-de-açúcar que produzem mais biomassa e açúcar por hectare e que as lavouras tenham maior longevidade, ou seja, que o produtor consiga colher mais vezes, sem que seja necessário fazer o replantio.
De acordo com pesquisadores da UFRRJ, a colheita da cana-de-açúcar é um dos principais gargalos da produção canavieira fluminense. Atualmente, de acordo com a universidade, 85% da área de produção de cana-de-açúcar do Estado ainda é realizada de forma manual com queima prévia.
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A prática de utilização do fogo como método despalhador e facilitador do corte resulta em diversos problemas, como aumento das emissões de gases de efeito estufa, produção de fuligem, aumento de doenças respiratórias, empobrecimento do solo, morte de animais e perda de biodiversidade, entre outros. A Lei Estadual 5.990/2011 propõe o fim gradual da queima da cana-de-açúcar e, em 2024, esta forma de colheita não deverá mais ser usada no Estado.
Para lidar com a situação, um novo protótipo de colhedora de cana-de-açúcar está em avaliação, devendo estar disponível para os agricultores em setembro deste ano. A UFRRJ divulgou que as grandes máquinas disponíveis no mercado, além do custo para aquisição e manutenção elevados, apresentam baixa eficiência em canaviais com baixa produtividade e em pequenas áreas, situação comum no Norte Fluminense.