Com a alternativa de gerar renda extra na entressafra e de aproveitar a abundância da matéria-prima (grãos) no estado, o Mato Grosso se prepara para uma nova temporada de produção de etanol com uma nova unidade em operação. Trata-se da Usina Pantanal, que se somará a mais duas (Usimat e Libra) na produção de etanol de grãos na entressafra, a partir de janeiro próximo.
As duas unidades flex do estado produziram nessa safra 70 milhões de litros de etanol de grãos. Segundo Jorge dos Santos, diretor do Sindalcool-MT, o Estado produziu 18,4 milhões de toneladas de milho em 2014, mas consumiu apenas 3 milhões de toneladas. “Como alternativa para consumir essa produção estão as usinas flex, que se tornaram absolutamente viáveis para moer grãos”, lembra.
Vantagem sobre a gasolina
Há oito anos, segundo Santos, o etanol é mais vantajoso do que a gasolina no estado (64% do preço da gasolina). “Isso é possível por causa da política tributária do estado e assim, fazemos chegar essa vantagem ao consumidor. Trata-se de um regime de estimativa que baseado nos mercados e na produção, estabelecem um valor a ser recolhido e quatro vezes ao ano há uma reavaliação. Se houve ganho paga-se a diferença, se não, o produtor ficará com crédito, e isso é um dos maiores fatores de competitividade do etanol no estado”, enfatiza.
Ele admite que 50% produção fica no estado e o restante vai para estados como o Acre, Rondônia e Amazônia. “O frete para Paulínia é hoje R$ 0,18/litro, e já chegou a R$ 0,22/litro. Assim, não dá para competir, porém escoando para o Norte, o frete gira em torno de R$ 0,10 a 0,12. Para Manau,s parte do escoamento é feito sobre o rio madeira, que o faz mais competitivo. No estado o etanol com impostos sai a R$ 1,40/litro da usina, sendo que o Mato Grosso é substituto tributário de 100% da cadeia produtiva ou seja, quando o etanol sai da usina já sai tributado até o consumidor final. No posto está sendo vendido em torno de R$ 1,97/litro, com uma média estadual em torno de R$ 2,05 a 2,08/litro, devido principalmente as distâncias geográficas”.
Etanolduto
Santos comenta que o Etanolduto chegou a Uberaba, e deve chegar a Jataí até 2017. “Há boas expetativas que chegue ao Mato Grosso. Faço parte da equipe de articulação e conversei com o atual governador essa semana de que temos que batalhar para que isso aconteça. Se isso acontecer poderá garantir a inclusão de pelo menos 1,5 milhão de ha para produzir etanol, e assim, poderemos nos tornar o maior produtor de etanol do país. O governo está apoiando desde o início nosso pleito. Temos 1,5 milhão de ha localizados em municípios reprimidos economicamente e que têm interesse de atrair novos investidores, principalmente com a política tributária que facilita muito a competitividade. Aliado a isso, também necessitamos de políticas do governo federal que incentivem o etanol”, reforça.