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Moagem na safra 2023/24 deverá crescer 10,9%, diz Conab

Para o etanol, o crescimento esperado comparado com a safra anterior atinge 9,9%, chegando a 34,05 bilhões de litros

Moagem na safra 2023/24 deverá crescer 10,9%, diz Conab

As condições climáticas e os investimentos do setor sucroalcooleiro refletiram em um aumento na produção de cana-de-açúcar no país.

De acordo com o 3º Levantamento da Safra 2023/24 da cultura, divulgado nesta quarta-feira (29) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção deve crescer 10,9% em comparação ao ciclo anterior e chegar a 677,6 milhões de toneladas, estabelecendo um novo recorde na série histórica da estatal.

O bom resultado esperado é influenciado tanto pelo melhor rendimento das lavouras, estimado em 81.129 quilos por hectares, como pela maior área destinada ao cultivo da cultura, prevista em aproximadamente 8,35 milhões de hectares.

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“Apesar do início da colheita ter sido atrasado devido às chuvas constantes, até mesmo gerando reflexos na programação das unidades de produção, a moagem alcançou pouco mais de 90% na região Centro-Sul. Já no Nordeste, que possui um calendário que se estende até abril, a colheita ainda é incipiente nos principais estados produtores”, analisa o gerente de Acompanhamento de Safras da Companhia, Fabiano Vasconcellos.

Principal região produtora de cana do país, o Sudeste deverá aumentar o volume colhido em 12,2%, quando comparada à safra anterior, totalizando 434,98 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. A área apresenta uma leve redução, mesmo com os investimentos para a renovação das lavouras. Por outro lado, a produtividade média deverá aumentar, passando de 75.629 quilos por hectares para 85.046 kg/ha.

Em São Paulo, estado que registra maior volume a ser colhido, o início da safra foi marcado por chuvas intensas e consecutivas que trouxeram excelentes condições para as lavouras de cana-de-açúcar, promovendo o aumento do desenvolvimento vegetativo.

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“A partir do segundo semestre, houve a ausência hídrica, acelerando a colheita. No entanto, esse cenário tem se modificado e as chuvas que caem frequentemente vêm atrapalhando o processamento junto às unidades de produção, obrigando-as a parar seguidamente, fato que deve postergar ainda mais a moagem, que se estenderá até meados de dezembro, em alguns casos, seguir até janeiro” pondera Vasconcellos.

Já no Centro-Oeste, tanto a área quanto a produtividade deverão aumentar neste ciclo. Com isso, a projeção é que a colheita atinja 143,78 milhões de toneladas. Panorama semelhante é verificado no Sul do país. A maior área destinada para a cultura neste ciclo reverte as sucessivas reduções registradas, com alta de 2,6%. A melhora no desempenho chega a 11,2%, chegando a 72.399 quilos por hectares, o que resulta em uma estimativa de produção de 35,32 milhões de toneladas de cana.

Na região Nordeste, a produção deve crescer 4,7%, chegando a 59,55 milhões de toneladas, influenciada, principalmente, pela elevação da área, uma vez que a produtividade se mantém próxima a estabilidade, com um leve acréscimo de 0,4%. No Norte, o acréscimo de área e a expectativa de melhores produtividades deverão aumentar a produção em 3,8%, quando comparada à safra passada, resultando em uma produção de 3,97 milhões de toneladas.

Produtos – A estimativa de produção recorde de cana possibilita que o país registre crescimento tanto de açúcar como de etanol. Para o adoçante, a expectativa é que se atinja uma produção de 46,88 milhões de toneladas, representando um aumento de 27,4% em relação à safra passada. Confirmado o resultado, o volume configura o maior já registrado na série histórica.

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Para o etanol, o crescimento esperado comparado com a safra anterior atinge 9,9%, chegando a 34,05 bilhões de litros, produzidos a partir da cana-de-açúcar e do milho. Desse total, 14,48 bilhões de litros serão de etanol anidro e 19,57 bilhões de litros de etanol hidratado. Se considerarmos o combustível produzido a partir do esmagamento da cana deverá crescer cerca de 5,5%, projetado em 27,99 bilhões de litros. Já o produto fabricado a partir do milho apresenta uma alta de 36,3%, quando comparada à safra passada, estimada em 6,06 bilhões de litros.

“O crescimento do etanol produzido a partir do milho é resultado de planejamento e investimentos, sobretudo na Região Centro-Oeste, mas se expandindo para outras regiões com registro de fábricas em produção em estados como Alagoas e Paraná”, pondera o gerente da Conab.

Mercado – A estimativa de aumento da safra 2023/24, iniciada em abril, contribui para uma perspectiva otimista de novos ganhos, com relação às exportações de açúcar. Além da boa produção, importantes produtores como Índia e Paquistão terão menores embarques, o que beneficia os produtores brasileiros. De abril a outubro deste ano, já foram exportadas 18,8 milhões de toneladas do adoçante, o que corresponde a um aumento de 9,7% na comparação com o mesmo período do ciclo anterior, segundo dados divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

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Já o cenário de mercado para o etanol se apresenta mais desafiador. A exportação brasileira do combustível foi de 1,44 bilhão de litros na safra 2023/24, de abril a outubro, o que corresponde a uma queda de 5,2% na comparação com o mesmo período da safra passada, segundo dados divulgados pelo MDIC.

A tendência é que se mantenha o panorama de queda, influenciado tanto pelo comportamento do câmbio quanto do preço do petróleo, que vem em trajetória descendente desde meados de outubro, afetando os preços da gasolina e consequentemente do seu principal concorrente, o etanol.

Os dados do 3° Levantamento da Safra 2023/2024 de cana-de-açúcar, com as informações dos produtos derivados da cana, podem ser acessados no site da Companhia.