Usinas

Moagem de cana na região é 8% menor

O Anuário contém dados atualizados das usinas e destilarias brasileiras
O Anuário contém dados atualizados das usinas e destilarias brasileiras

A moagem de cana-de-açúcar por usinas da região de Araçatuba no acumulado até novembro deste ano é 8% menor do que no mesmo período de 2013, segundo dados divulgados pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar). Do início do processo, em abril, até a primeira quinzena deste mês, foram esmagadas 25,8 milhões de toneladas de cana, enquanto que no mesmo intervalo de meses do ano passado, a moagem totalizava 28 milhões de toneladas.

Segundo a assessoria de imprensa da Unica, os dados regionais foram levantados com base na produção informada pelas usinas Clealco (unidades de Clementina e Penápolis), Da Mata (Valparaíso), Diana (Avanhandava), Figueira (Buritama), Raízen (unidades de Bento de Abreu, Araçatuba, Andradina , Mirandópolis e Valparaíso), Santa Adélia – Pioneiros (Sud Mennucci), Unialco (Guararapes), Vale do Paraná (Suzanápolis) e Viralcool (Castilho). Não estão no balanço a usina Revati, de Brejo Alegre, e três unidades produtoras do grupo Aralco (Araçatuba, Santo Antônio do Aracanguá, General Salgado), que está em recuperação judicial.

A situação da região é ainda um pouco melhor do que a nacional. De acordo com o relatório divulgado pela entidade nesta semana, a comparação entre a produção dos dois anos na região centro-sul resulta em queda de 10% na safra atual. No acumulado do ano, as plantas do centro-sul moeram juntas 538,38 milhões de toneladas, ante 596,28 milhões/t na safra anterior.

Clima

As condições climáticas deste ano, com chuva muito abaixo da média histórica, são explicações para os números e teriam impulsionado a Unica até mesmo a revisar a estimativa de moagem total para a safra 2014/2015 no centro-sul. No início do ano, o esperado era que alcançasse 580 milhões de toneladas. Os números incorporavam um pequeno crescimento de área disponível para colheita, já que muita cana ficou em pé na safra anterior, mas uma queda significativa na produtividade agrícola. Mesmo assim, em agosto, o órgão diminuiu a expectativa para 545,89 milhões, 8,57% inferior ao valor final da safra 2013/2014, que totalizou 597,06 milhões de tonelada.

Rendimento

De acordo com o levantamento realizado pelo CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), a produtividade dos canaviais colhidos no centro-sul, de janeiro a outubro, alcançou 74,9 toneladas por hectare, com retração acumulada de 7,75% em relação às 81,2 toneladas por hectare observadas até a mesma data do ano anterior.

Em São Paulo, a quebra agrícola registrada é superior ao valor agregado observado para o centro-sul. No acumulado desde o início da safra até o final de outubro, a queda de rendimento agrícola no Estado totalizou 12,11% (74,7 hectares por tonelada neste ano, frente às 85,0 toneladas em 2013/2014).

Ainda conforme a Unica, até o momento, 82 unidades no centro-sul já encerraram a safra este ano. Até a primeira quinzena de novembro de 2013, apenas 31 haviam parado.

Aquisição de unidade faz grupo bater recorde

Um dos principais grupos da região, a Clealco conseguiu recorde de produção na safra atual. No acumulado de abril até 24 de novembro deste ano, foi registrada a marca de 8.254.641,79 de toneladas de cana-de-açúcar esmagadas, ante 8.229.468,84 moídas pelo grupo durante a safra 2013/2014 (abril de 2013 a março de 2014). A diferença é de 25.172 toneladas, o que representa 0,3%.

O ligueiro incremento foi conseguido com a aquisição de mais uma unidade em 2014, em Penápolis (antiga Campestre), responsável por 20% da produção deste ano. Em 2013, a empresa operava com as usinas de Clementina e Queiroz.

A mais produtiva do grupo, a usina de Queiroz somou 4,1 milhões de toneladas de cana moídas de abril até 24 de novembro. Por sua vez, Clementina registrou 2,7 milhões/t no mesmo período, e Penápolis, 1,6 milhão/t.

Quebra

Segundo o diretor superintendente do grupo José Antônio Bassetto Júnior, embora os números apresentem um recorde no histórico da Clealco, a produção foi entre 15% e 20% inferior às estimativas para esta safra. “O setor sofreu impacto forte da quebra de cana na região, provocada pela estiagem”. Bassetto explica que a agroindústria sucroalcooleira foi prejudicada pela seca, que diminui o desenvolvimento da cana-de-açúcar.

Outros fatores que dificultaram os negócios do segmento foram a inflação do custo de produção, puxada pela elevação dos salários; a política econômica governamental, que manteve baixos os preços dos combustíveis; além da queda do valor do açúcar no exterior.

Ainda assim, o grupo espera conseguir moer 9,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar até março de 2015 e projeta ultrapassar 10,5 milhões de toneladas na safra 2015/2016.

Fonte: Folha da Região