O setor sucroenergético da Paraíba registrou um recorde na moagem de cana na safra 2022/23, impulsionado pelo volume de chuvas que atingiu a região desde agosto do ano passado.
Segundo o Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool na Paraíba (Sindalcool-PB), a safra bateu o recorde desde 1980, com uma produção estimada de 7,3 milhões de toneladas de cana.
Na região, choveu 779,0 mm de agosto do ano passado até abril deste ano.
De acordo com Marcelo Martins, economista do Sindalcool-PB, a safra também teve um aumento significativo na produtividade em kg/ha, tendo mantido quase a mesma área plantada da safra passada.
“Colhemos resultados muito melhores de produção, mostrando a capacidade do setor de usar tecnologias como a irrigação por gotejamento e controle biológico de forma muito assertiva e inovadora”, ressalta.
A comparação com a safra anterior é notável, com um crescimento de quase 30% na moagem de cana, uma diferença de mais de 1,5 milhão de toneladas, e um aumento de cerca de 40% e 25% na produção de açúcar e etanol, respectivamente.
LEIA MAIS > Plantio Vertical, que proporciona ganhos de produtividade de até 44%, será apresentado em Ribeirão Preto -SP
A safra também foi marcada por uma instabilidade tributária e preços baixos, o que impactou o setor sucroenergético. No entanto, a expectativa para a próxima é que seja positiva, tanto em termos de produção quanto de preços mais favoráveis ao setor.
“A expectativa é que a próxima safra (2023/24) também seja excelente e o mais esperado é que seja uma safra com melhores preços, porque apesar dessa ter sido um recorde em produção, o setor sofreu muito com preços baixos”, disse Marcelo. Segundo ele, a categoria tem vendido abaixo do custo e com uma instabilidade tributária impactou a concorrência com o combustível fóssil.
Usina comemora bom regime de chuvas
O diretor operacional da usina Tabu, Luiz Sales, destaca que o principal motivo para o recorde foi o bom regime de chuvas na formação da lavoura.
Ele ressalta que a Tabu, situada na zona rural de Caaporã-PB, assim como as demais usinas da região, colheram bons resultados na produção de cana, açúcar e etanol.
“Essa foi a 44ª safra da Tabu, com mais de 828 mil toneladas de cana e 63 milhões de litros de etanol produzidos. Uma safra recorde com cana própria, com cana de fornecedor e produção de etanol”, pontua.