Usinas

Moagem de cana deve ficar 10,9 milhões de toneladas menor em maio, estima INTL FCStone

Foto: JornalCana/Arquivo
Foto: JornalCana/Arquivo

A moagem de cana-de-açúcar pelas unidades do Centro-Sul deverá recuar em 10,9 milhões de toneladas apenas na segunda de maio. A queda, que equivale a 24,8% a menos diante a estimativa de moagem para o período, é da consultoria INTL FCStone e reflete os impactos do desabastecimento de diesel.

Dependentes de diesel para abastecer as máquinas agrícolas que colhem a cana-de-açúcar, as unidades interromperam tanto a colheita como da produção de açúcar e etanol.

“Grande parte das usinas do Centro-Sul já paralisaram as atividades de safra e as unidades que continuam operando, em geral, possuem reservas de diesel para poucos dias de operação, levando à perspectiva de que a grande maioria do setor não esteja processando cana em meados desta semana”, alerta João Paulo Botelho, analista de mercado da INTL FCStone.

Quebra no açúcar

Segundo a consultoria, a produção de açúcar na segunda quinzena de maio pode cair em 502,6 mil toneladas e a de etanol em 526,6 milhões de litros.

Caso o abastecimento não seja reestabelecido nos próximos dias, é provável que o impacto se estenda até a primeira quinzena de maio.

“Como a safra de cana ainda está em sua etapa inicial, as usinas podem recuperar estas perdas total ou parcialmente nos próximos meses”, explica o analista.

“Por outro lado, se o atraso na moagem for maior do que o esperado ou o clima se mostre adverso, é possível que a defasagem na moagem persista e leve ao fim tardio da colheita em parte das unidades produtoras, o que poderia levar a perdas no Açúcar Total Recuperável (ATR) médio e, consequentemente, na produção total de açúcar e etanol da temporada.”

Conforme a INTL FCStone, a paralisação da moagem é apenas um dos impactos da greve sobre o setor. Também devem causar prejuízos a queda nas vendas de etanol ao longo dos últimos dias, a diminuição do diferencial tributário com a gasolina após o fim da cobrança da Cide, o atraso nos embarques de açúcar nos portos e a incerteza quanto à política de preços para os combustíveis no país.