A moagem de cana-de-açúcar em Minas Gerais, até a primeira semana de agosto, totalizou 33,34 milhões de toneladas, volume que representa 56% do total estimado para a atual temporada, que deve alcançar 59,5 milhões de toneladas – volume 3% menor que a safra anterior. No mesmo período da safra 2013/14, já tinham sido processados 54%. A informação é da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig).
Segundo a entidade, apesar de ter iniciado a safra mineira com uma estimativa de crescimento na produção de açúcar, baseada em um possível recuperação do mercado internacional – o que não aconteceu -, a produção da commoditie foi revisada para baixo e a previsão é encerrar a safra com um volume 3,5% menor do produto.
Os preços pagos pelo etanol, que estão cerca de 7% maiores que os praticados em 2013, estimularam a migração do açúcar para o biocombustível, que vai encerrar a safra com volume equivalente a anterior.
Na primeira quinzena de agosto, foram esmagadas 4,57 milhões de toneladas de cana, volume 27% superior ao que foi moído na segunda quinzena de julho, quando o processo foi prejudicado pelas chuvas. Com o crescimento, foi possível recuperar os trabalhos e a moagem encerrou o período praticamente igual ao volume processado na mesma quinzena da safra passada, que era de 4,53 milhões por quinzena. A moagem apresentada nesta quinzena foi, até o momento, a maior produção quinzenal da safra 2014/15.
De acordo com o presidente-executivo da Siamig, Mário Campos, com o avanço dos trabalhos e a não-recuperação do mercado do açúcar, a revisão no mix de cana-de-açúcar foi necessária, já que as usinas estão optando mais pelo etanol.
“Tanto os preços pagos pelo açúcar como pelo etanol estão aquém do necessário para o setor. Porém, a situação do açúcar é mais delicado, já que os preços no mercado internacional não tiveram a recuperação esperada pelo segmento, o que levou as empresas a investirem no etanol, uma vez que os preços, pelo menos, foram corrigidos conforme a inflação”, explicou.
Com a revisão do mix para a produção de açúcar, do volume total de cana a ser processada na safra atual, 43% serão destinados ao produto, ante os 46% previstos até o mês passado. Com isso, é esperada uma produção 3,5% inferior à registrada na safa 2013/14, alcançando 3,29 milhões de toneladas. Até a primeira quinzena de agosto, a produção de açúcar já totaliza 1,72 milhão de toneladas, crescimento de 1,86% sobre o mesmo período da safra 2013/14.
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A produção de etanol estimada para a safra 2014/15 é de 2,6 bilhões de litros, volume equivalente ao registrado na safra passada. De acordo com os dados da Siamig, a produção de etanol já totaliza 1,4 bilhão de litros, apresentando um crescimento de 2,79% sobre a safra passada.
A previsão é produzir 1,5 bilhão de litros de etanol hidratado e 1,1 bilhão de litros de etanol anidro. No acumulado da safra até 15 de agosto, o volume de anidro produzido somava 643 milhões de litros, queda de 1,04% frente à produção em igual período de 2013/14.
No caso do etanol hidratado, a produção está em torno de 796 milhões de litros, volume 6,09% maior que o registrado em igual período da safra passada.
O Açúcar Total Recuperável por Tonelada de Cana (ATR/TC), no acumulado da safra até a primeira quinzena de agosto, manteve o ritmo de crescimento e até agora totalizou 128,12 quilos, rendimento 1,76% superior ao registrado na safra 2013/14. A intenção do setor é encerrar o ano safra com crescimento de 1,4%.
De acordo com Campos, em Minas Gerais, 38 usinas estão em operação, três a menos que em 2013. “Tivemos a confirmação do encerramento das atividades em duas usinas e a terceira ainda não sabemos se irá moer ou não”, disse.
Fonte: Diário do Comércio
