O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou, nesta sexta-feira (28), a proposta para aumentar de 27,5% para 30% o teor de etanol na gasolina.
A ideia, que será discutida na próxima reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), foi apresentada durante a 6ª edição da Abertura da Safra Mineira da Cana-de-Açúcar, em Uberaba, Minas Gerais.
“Este aumento deverá acontecer de maneira gradual, com previsibilidade e transparência. Vamos fazer essa avaliação técnica junto com a indústria automotiva e o setor produtivo de etanol para dar segurança aos consumidores. O aumento do teor de etanol vai contribuir para segurança energética do nosso país, com a redução das importações de gasolina e para a transição energética, pela redução das emissões de gases do efeito estufa”, defendeu o ministro.
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Segundo o ministro, será criado um grupo de trabalho dentro do CNPE para discussão da medida. O Conselho reúne 16 ministérios para estabelecer a política energética do governo. A primeira reunião do colegiado na atual gestão contou, inclusive, com a participação do presidente Lula no MME.
Projetos para o setor
Durante o evento, Silveira também destacou importantes projetos desenvolvidos pelo Ministério de Minas e Energia para o fortalecimento do setor de etanol para ampliar a previsibilidade e a segurança para os investidores. Um deles é a retomada do RenovaBio.
“O governo anterior tentou enfraquecer esse programa tão importante, mas enfrentamos isso. Já publicamos nesta semana o novo decreto (nº 11.499) que corrige as distorções que estavam em vigor. O RenovaBio tem como objetivo reduzir a intensidade de carbono da matriz de combustíveis em 10%, de 2018 até 2030, com a maior utilização de biocombustíveis, como etanol, biodiesel e biometano”, afirmou o ministro.
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Combustível do Futuro
Alexandre Silveira ainda reforçou a criação do Programa Combustível do Futuro, que irá estabelecer um grande marco para o setor de biocombustíveis. O projeto deverá ser enviado em breve ao Congresso Nacional.
“Dentro do programa, o Brasil vai valorizar a mobilidade sustentável de baixo carbono com utilização do etanol e, ainda, estimular a indústria automobilística a produzir veículos flex híbridos. Outro marco será o incentivo à produção de bioquerosene de aviação, cuja principal matéria-prima são resíduos da indústria do álcool”, explicou.
Na proposta, os operadores aéreos deverão reduzir as emissões de dióxido de carbono conforme progressão gradual percentual por meio da utilização de mistura de combustível sustentável de aviação ao querosene de aviação fóssil.
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O Brasil consome 7 bilhões de litros de Combustível de Aviação (QAV) por ano. De acordo com relatório da RSB, importante fórum técnico internacional sobre biocombustíveis, o Brasil tem potencial para produzir 9 bilhões de litros de Combustível Sustentável da Aviação por ano, o que coloca o país como um dos maiores produtores mundiais de Combustível Sustentável de Aviação do mundo.
Entre outras propostas destacadas pelo ministro de Minas e Energia estão a captura e estocagem de CO2 no Brasil, com destaque para o processo de produção de etanol, contribuindo ainda mais para combater o aquecimento global e a meta de produzir mais de 50 milhões de metros cúbicos por dia de biometano, até 2032, somente com os resíduos da cana.
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Safra recorde
Alexandre Silveira também comemorou o atual momento da safra mineira de açúcar e etanol. Minas Gerais deve aumentar a produção de cana-de-açúcar na safra 2023/24, superando as 71,8 milhões de toneladas registradas em 2020, maior volume já produzido no Estado. O evento de abertura da safra mineira foi promovido pela Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA) e pela SIAMIG e realizado na usina Vale do Tijuco.
“Investir no setor significa garantir um futuro em que se respeita o conceito amplo de sustentabilidade, contribuindo com o desenvolvimento de todo o nosso país, sem deixar de lado o cuidado com as pessoas. Fomentar a indústria sucroenergética é prioridade para o governo do presidente Lula, proporcionando mais sustentabilidade para o setor de combustíveis, melhorando ainda mais nossa matriz energética”, finalizou o ministro.