A mecanização fez a produtividade da cana-de-açúcar cair mais de 10% após o abandono das técnicas tradicionais de cultivo. A afirmação é de Gonçalo Amarante Guimarães Pereira, representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em audiência pública no Senado Federal realizada em 28/11/17.
Segundo Pereira, a mecanização do cultivo de cana-de-açúcar é uma das áreas que deverão demandar importantes desenvolvimentos tecnológicos nos próximos anos.
O representante da SBPC considerou o setor de produção de biocombustíveis como um dos mais promissores a serem desenvolvidos.
Caso o Brasil utilize metade dos 200 milhões de hectares destinados atualmente a pastagens, em sua maioria degradadas, na avaliação de Gonçalo Amarante, poderá expandir sua produção de etanol a ponto de ter condições de substituir o consumo mundial de gasolina.
“Se em vez de produzirmos etanol de 1ª geração produzirmos etanol de 2ª geração com cana-de-açúcar, uma conta simples mostra que se dedicarmos a metade desta área de pastagem para esta produção, conseguiremos substituir o consumo global de gasolina”, disse.
Otimismo
A audiência pública reuniu representantes da comunidade científica e foi promovida pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado.
O debate, sugerido pelo presidente do colegiado, senador Ivo Cassol (PP-RO), faz parte da avaliação da Política de Pesquisa Agropecuária, escolhida para ser analisada pela comissão em 2017.
Conforme a avaliação dos participantes, a agricultura nacional poderá experimentar um forte crescimento nas próximas décadas, desde que sejam feitos os investimentos necessários em ciência e tecnologia.