Entre os dias 1º e 5 de maio, a cidade de Ribeirão Preto – SP, será palco da 28ª edição da Agrishow – Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação. Os organizadores apontam que ao longo destes cinco dias, o evento deverá ultrapasse o volume de negócios fechados em 2022, movimentando mais de R$ 11,2 bilhões.
A feira, que é uma iniciativa das principais entidades do agronegócio no país: Abag (Associação Brasileira do Agronegócio), Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Anda (Associação Nacional para Difusão de Adubos), Faesp (Federação da Agricultura e da Pecuária do Estado de São Paulo) e SRB (Sociedade Rural Brasileira), reunirá produtores rurais, profissionais do campo, indústrias, empresas, fornecedores de serviços e tecnologias, institutos de pesquisas, órgãos governamentais, academia e startups.
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São esperados mais de 190 mil visitantes, que poderão passar pelos espaços das mais de 800 marcas nacionais e internacionais. O setor sucroenergético, na avaliação do prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira, será um dos com maior visibilidade.
“As principais empresas, todas elas, sem exceção, trazem todo ano as principais colheitadeiras e demais equipamentos para o setor sucroenergético. São Paulo tem quase 6 milhões de hectares, dos 9 milhões de hectares que o Brasil planta de cana-de-açúcar. Então há uma visibilidade muito grande do setor sucroenergético, que acaba ofuscando o conjunto das outras atividades”, disse Nogueira.
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O prefeito avalia que as expectativas positivas para o evento, são propiciadas também pelo atual cenário econômico mundial, mais auspicioso, e os inúmeros avanços tecnológicos e científicos que dão ao Brasil uma agricultura de altíssima precisão, transformando nosso país na maior agricultura do mundo. “Uma agricultura que respeita a sustentabilidade, o trabalho, o consumidor e o homem do campo”, afirmou.
Durante a coletiva de imprensa realizada na quarta-feira, dia 5 de abril, Francisco Matturro, presidente da Agrishow 2023, afirmou que a feira é dedicada a todos os tamanhos de propriedades e prioriza esse relacionamento entre os produtores e as empresas. “O produtor, por ser usuário, traz informações importantes para que as indústrias possam aprimorar seus produtos e máquinas e desenvolver novas tecnologias, atendendo assim às demandas”.
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Matturro também destacou a importância do setor sucroenergético em relação à energia renovável e da transição na mobilidade.
“Hoje somos sucroenergético, já fomos sucroalcooleiro. É preciso alguns cuidados quando se fala do veículo elétrico, que é uma realidade. A gente precisa considerar sua fonte geradora, de onde vem a geração da energia. O Brasil é o maior produtor de energia limpa do planeta. 67% da nossa energia é limpa e quase a maior parte é renovável. Primeiro com as hidrelétricas, a eólica, a energia fotovoltaica, biomassa e estamos caminhando rapidamente para a célula de hidrogênio a base de etanol”, disse.
O presidente da Agrishow lembrou ainda que a maior área agricultável em São Paulo é a cana-de-açúcar, cultura renovável e que emprega no Brasil cerca de 20 milhões de pessoas.
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João Carlos Marchesan, 1º vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), avaliou que o crescimento da safra e o aumento da área plantada vão demandar um número maior de máquinas no campo. “Os produtores estão em busca do que há de mais moderno em tecnologia agrícola para ampliar sua produtividade e aprimorar sua eficiência e eles estão decidindo os investimentos neste momento”, ressaltou.
Os avanços da construção do Centro de Excelência em Cana-de-Açúcar – a ser instalado em Ribeirão Preto, a partir de uma parceria entre o Sistema Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo/Serviço de Aprendizagem Rural (FAESP/SENAR-SP) e a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), cuja pedra fundamental foi lançada na edição anterior da Agrishow, também foi mencionado durante a coletiva.
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Pedro Luiz Oliveira Lucchsi, diretor e segundo tesoureiro da FAESP, informou que o alvará para construção já foi liberado. “É um investimento de 50 milhões de reais feito por essas instituições e Ribeirão Preto foi escolhida por ser o maior produtor de cana do Brasil. Essa semana saiu o alvará da construção do projeto”, informou.
O Centro contará com uma infraestrutura moderna, projetada para garantir conforto e acessibilidade às atividades educacionais, de forma sustentável. Será dotado de salas de aula, laboratórios de informática, laboratórios didáticos, biblioteca, área de convivência, auditório, pavilhão multiuso para aulas práticas, entre outros espaços.
Outro assunto destacado pelos organizadores foi a infraestrutura da feira, com algumas mudanças anunciadas, como no caso do estacionamento, para melhorar o trânsito nas vias de acesso ao evento.
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De acordo com a diretora da Agrishow, Liliane Bortoluci, serão feitos novos acessos, com novas áreas de estacionamento, separando visitantes, expositores e prestadores de serviços em bolsões distintos. Serão implementados novos sistemas de pagamento, como SemParar e TAGGY, e a construção de uma nova estrutura e ponto de parada para receber as caravanas.
Serão disponibilizadas também mais linhas de ônibus para o evento e o aeroporto Leite Lopes contará com o dobro de capacidade de embarque.
A feira terá também novo horário de funcionamento, das 9h às 18h, visando também melhorar o acesso à feira.
Durante a coletiva também foi anunciado a participação da associação De Olho no Material Escolar na feira, que levará cerca de 3 mil estudantes e professores da região para conhecer as boas práticas do campo, em empresas parceiras, e para entender como impactam positivamente a economia do país.
O evento terá muitas outras atrações, como o “Agrishow Pra Elas”, com atividades de conteúdo e relacionamento dedicado às mulheres do agro e o “Agrishow Labs”, com uma arena para as startups apresentarem diversas soluções tecnológicas e inovadoras, além da segunda edição do Prêmio Agrishow de Startups, entre outros.
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Neste ano, não está prevista a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à feira. Em 2022, na retomada da feira presencial, o então presidente Jair Bolsonaro foi recebido na abertura. Maurílio Biagi, empresário do setor sucroenergético e presidente de honra da feira, foi um dos apoiadores de Lula no primeiro mandato do petista, porém, agora, a relação não é mais a mesma. “Não estamos mais ligados como erámos naquela ocasião. O Lula de hoje é diferente do primeiro mandato e eu também sou”, afirmou na coletiva.