A FS Bioenergia, primeira indústria de etanol exclusivamente de milho do Brasil, captou R$ 530 milhões em financiamento denominado verde, em três operações feitas neste ano.
A empresa, que é uma joint venture entre a americana Summit Agricultural Group e a Tapajós Participações, fez a primeira participação na modalidade, em fevereiro, com a emissão de R$ 210 milhões em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), mas sem vínculo a metas. Em 90 dias, os títulos receberam parecer socioambiental positivo da Sitawi.
Na última semana, a companhia contratou um empréstimo com o Santander, com juros vinculados a metas sustentáveis. A operação de R$ 180 milhões para capital de giro terá prazo de um ano, com a vantagem do custo ser reduzido em até 0,15%, caso as metas sejam alcançadas.
Em junho ainda, a FS emitiu R$ 138,5 milhões em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), em operação coordenada pelo banco Credit Suisse, envolvendo taxas vinculadas a metas sustentáveis. Neste caso, se a companhia atingir todas as metas, a sobretaxa pode ser reduzida em 0,21%.
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A primeira meta que a empresa tem que cumprir é melhorar o nível de transparência no seu relatório de sustentabilidade e obter o selo da Global Reporting Initiative (GRI), que estabelece padrões para relatórios corporativos na área.
Também precisa conseguir a certificação do Climate Bonds Iniciative (CBI), especializado em finanças verdes, além de se manter entre as dez produtoras de biocombustível com menor a pegada de carbono no RenovaBio.
Embota a unidade da FS Bioenergia, em Lucas do Rio Verde/MT, seja uma das que produtoras certificadas com notas mais altas do programa, com 71,7 gramas de gás carbônico por megajoule (MJ) para o anidro e 70,7 gCO2/MJ, para o hidratado, a parcela do etanol certificado é pequena devido ao baixo índice de matéria-prima elegível, com apenas 12,57%. Índice que a empresa quer aumentar para 22%. A variável não foi incluída nos financiamentos.