Azael Pizzolato Jr, diretor da Ipê Agrícola, destaca que a empresa investe firme para obter ganhos sustentáveis de produtividade. “Para se obter uma boa produtividade com longevidade do canavial, é importante que façamos um planejamento de todo o plantio antes de iniciá-lo, uma implantação com todas as recomendações técnicas para o tipo de ambiente de produção onde o canavial está sendo implantado”, explica.
A Ipê tem cultivo de cana em Jaboticabal, Taquaritinga e em Araraquara, no interior paulista, e registra há seis safras excelente desempenho, sendo que nesta temporada 2020/21, a produtividade esperada é de 97,71 ton/ha e idade média é de 5,4.
De acordo com Pizzolato, é importante investir na gestão agrícola e fazer uso de algumas estratégias, como os tratos culturais, tão necessários para que a cultura possa manifestar o seu potencial de produção. Neste contexto, ele sugere que se faça a sistematização do solo, correção com calcário, gesso e fosfatagem. Também é importante a escolha da variedade, a sanidade da muda, o planejamento da sulcação, priorizando tiros retos e menor taxa de manobra.
A construção de terraços passantes quando necessário é indicada, pois evita a matação na sulcação. Ele orienta ainda a não deixar falhas de mudas no sulco de plantio, fazer cobrição com pouca terra e utilizar os insumos necessários nessa cobrição, visando o controle de pragas, além de estimular a brotação da cana.
O diretor da Ipê ainda ensina que é melhor fazer o herbicida logo após o plantio, ou seja, em pré-emergência total da daninha e da cultura. “Após a implantação, o manejo tem que ser intenso em controle de pragas e ervas daninhas. Deve-se efetuar o quebra lombo no time certo, prover nutrição foliar e também utilizar maturadores dependendo da época de colheita.
Manejo biológico na preservação do solo
Para Roberto A. Malimpence, engenheiro agrônomo e sócio diretor da Barauna, o emprego correto das ferramentas biológicas, qualquer que seja o intuito, é uma prática considerada elemento chave na prosperidade das usinas nesse momento de crise, dado todos seus drives de geração de economia e incrementos na produtividade.
Neste sentido, o manejo biológico também pode ser usado para a preservação do solo, visto que, o emprego de práticas de preparo solo e do uso de fertilizantes minerais em discordância com demanda real podem ser nocivos para o meio ambiente. Com o emprego adequado de manejo biológico é possível poupar o solo de ações que reforcem processos metabólicos e que atuam como fonte primária na erradicação da variabilidade e riqueza da microbiota dos canaviais. “Quando invertemos esse processo, damos início a um ciclo virtuoso, as funcionalidades da fração biológica do solo promovendo melhorias nos aspectos físicos e químicos, que embora não sejam de resultados imediatos, podem ter seus primeiros frutos dentro do período de uma safra”, explica o consultor.
O manejo de microrganismos na cultura da cana-de-açúcar também pode contribuir para ganhos na lavoura ao explorar melhor o potencial presente nos organismos do solo. Segundo o consultor, a cana-de-açúcar pode se beneficiar na supressão de pragas e doenças, como faz, por exemplo, os fungos Metarhizium e Beauveria, e atualmente, os Bacillus, que são bactérias com forma de bastonetes, que entraram fortemente nos manejos dos canaviais, para a promoção do crescimento das raízes, facilitação da nutrição, solubilização e reciclagem de nutrientes. “Temos um salto para darmos na questão da fixação de N e também no uso dos fungos micorrizicos. A inoculação da soja é uma realidade que coloca nossa produção em um grau de competição difícil de ser batido no exterior. No futuro será que poderemos ter uma cana que se assemelhe a soja na questão de necessidade de aporte de N? Tudo nos parece impossível até que alguém o faça”, pondera.
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