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Ingenio Aguaí é a primeira Usina 4.0 fora do Brasil

Unidade se junta às mais de 70 usinas brasileiras que já se beneficiam de tecnologia única no mundo, que controla plantas inteiras de processos contínuos

Ingenio Aguaí é a primeira Usina 4.0 fora do Brasil

O Ingenio Aguaí, localizado na Bolívia, é a primeira unidade produtora fora do Brasil a se tornar uma Usina 4.0. A açucareira consolida−se como líder tecnológico no segmento de produção de açúcar da América Latina com a assinatura do contrato de implantação do S−PAA, único software de Otimização em Tempo Real (RTO) para usinas de açúcar e etanol em todo o mundo e, inclusive, o único que controla de forma integral plantas de processo contínuo.

Cristóbal Roda Vaca, representante do Conselho de Administração e Acionistas da Aguaí, assinou no dia 9 de fevereiro, o contrato com a Soteica do Brasil associada à Pró−Usinas e Solution Engenharia na implantação do S−PAA para simulação e otimização em tempo real da planta industrial localizada no município de Fernández Alonso, província de Obispo Santistevan, que fica cerca de 150 km de Santa Cruz de La Sierra.

“Essa tecnologia vem nos ajudar a ser mais eficientes em nossos processos e mais produtivos nos resultados. É o passo que nos permite inteligência artificial, internet das coisas, entre outros, além de combinar técnicas avançadas de produção e operações inteligentes. Mais uma vez, a Aguaí está na vanguarda das mudanças tecnológicas, buscando não só a otimização de nossos recursos e a eficiência dos processos, mas para que toda a cadeia produtiva seja automatizada com melhores resultados”, afirma Roda Vaca.

De acordo com o representante do conselho administrativo, a instalação da tecnologia terá duração de seis meses. A partir da instalação, todos os processos da planta serão realizados digitalmente e, uma vez concluída essa primeira fase, seguirá para suporte e treinamento por um período de três anos.

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Na opinião do gerente industrial da Aguaí, Pedro Collegari, a grande vantagem do S−PAA é contar com um “cérebro 24 horas” que antecipa as ocorrências da planta, atuando automaticamente e recomendando os melhores parâmetros para a operação, permitindo à equipe ganhar tempo e tomar as decisões mais assertivas. “Com a expertise de nossa equipe e toda a tecnologia que temos na Aguaí, seguramente o sistema vai ultrapassar todo os objetivos”, antecipa.

Nelson Juniti Nakamura, sócio−diretor da Soteica, empresa brasileira e atuante há mais de 35 anos no mercado químico, petroquímico e que desenvolveu o S−PAA no segmento bioenergético, também destaca a inovação. “É com orgulho que vemos uma ferramenta desenvolvida no Brasil, por engenheiros brasileiros, conquistar o mercado internacional com uma solução inovadora e sem similar no mundo.

Agradeço a Aguaí pela confiança depositada e temos certeza de que a usina ganhos de eficiência e rentabilidade, colocando a Aguai no seleto quartil das Usinas 4.0“, afirma.

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Cristóbal Roda Vaca, representante do
Conselho de Administração e Acionistas da
Aguaí e Décio Freitas, da Solution Engenharia
durante cerimônia de assinatura do contrato
para implantação do S-PAA

Para Josias Messias, diretor da Pró−Usinas parceira estratégica da Soteica do Brasil, a implantação do S−PAA na Aguaí se reveste de uma importância ímpar, considerando que é a primeira usina fora do Brasil a implantar a plataforma de Otimização em Tempo Real (RTO), fato que deveria ter acontecido anos atrás, mas acabou sendo postergado por conta da pandemia.

“Para nós, é uma grande satisfação dar este passo no mercado internacional em parceria com a Aguaí, pois desde que a usina boliviana sagrou-se “Sugar Mill of the Year” no MasterCana Award 2017, entendíamos que ela reunia todas as condições favoráveis para ser nosso primeiro projeto fora do Brasil: usina modelo em tecnologia e sustentabilidade, alta direção com visão inovadora e uma equipe de gestão industrial muito competente.”, explica.

Desde 2013, quando iniciou suas operações, a Aguaí se caracteriza como uma planta que utiliza tecnologias inovadoras de processos, mais responsável com o meio ambiente e que otimiza todos os seus recursos. A usina produz açúcar – sem enxofre adicionado no processo de branqueamento –,etanol para mistura com gasolina, e álcool para indústria para uso farmacêutico e doméstico. Além disso, fornece energia elétrica, de fonte limpa e renovável, ao Sistema Interligado Nacional.

Nova caldeira permite aproveitamento máximo da capacidade instalada

Recentemente, a usina montou uma nova caldeira que permite o aproveitamento máximo da capacidade instalada da fábrica. A nova caldeira tem capacidade de 165 TVH (toneladas de vapor por hora), pressão de 65 bar e praticamente duplica a produção de vapor. “O novo investimento chegará a praticamente 10 milhões de dólares. Em 2013, a Aguaí iniciou sua produção de álcool de cana; porém, em 2015, a diretoria decidiu instalar a usina de açúcar. A caldeira foi dimensionada apenas para o uso da linha de álcool e atingiu sua produção máxima, impedindo um maior crescimento da moagem e capacidade de produção”, informa a Aguaí.

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A instalação da nova caldeira a vapor é a continuação de uma série de investimentos que a empresa vem fazendo desde 2015. Começou com a ampliação da usina de açúcar; posteriormente, foi instalada uma usina de desidratação para produção de álcool anidro, cuja destinação é o programa de biocombustível com a estatal YPFB. Em seguida, em 2019, concluiu com a construção e comissionamento da subestação elétrica para fornecer energia elétrica excedente ao Sistema Interligado Nacional.

Os equipamentos de alta tecnologia e as modernas instalações do Ingenio Sucroalcoholero Aguaí AS chamam a atenção de quem passa pelo empreendimento. Operando no leste da Bolívia (estado de Santa Cruz) desde 2013, a planta se dedica à produção de álcool industrial e é a primeira da América Latina a produzir açúcar utilizando o processo de carbonatação, que elimina o uso do enxofre em seu branqueamento, assim como já ocorre em países da Europa e nos Estados Unidos.

Considerada a usina sucroenergética mais moderna do país, e uma das mais modernas e belas do mundo, é o primeiro projeto greenfield do setor boliviano nos últimos 45 anos, levou três anos para ser construída e contou com investimento de 160 milhões de dólares.

É o maior empreendimento boliviano construído com capital nacional e financiamento proveniente de fundos nacionais, por meio da venda de títulos na Bolsa Boliviana de Valores, os quais foram vendidos em apenas 15 minutos. “Os investidores viram que era um projeto confiável nas mãos de gente com tradição na área agrícola e com conhecimento na área industrial e resolveram apostar”, conta o presidente da companhia, Cristóbal Roda Vaca, mais conhecido como Pili.

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Se compararmos os nhttps://jornalcana.com.br/uma-safra-de-folhas-e-falhas/úmeros da Aguaí em relação às demais usinas do país, podemos concluir que durante na safra 2020, a usina ocupou o terceiro lugar na moagem de cana com 19,40% de participação; o quarto lugar na produção de açúcar com uma participação de 16,97% e o segundo lugar em etanol com uma participação de 24,87%.

Ao observar a evolução de 8 safras, incluindo também a safra 2020, nota−se que, nesta última safra, foi alcançado um crescimento próximo de 10% na cana moída, observou−se um aumento significativo na produção de açúcar, que cresceu 25%, superando 2.000.000 quintales (sacas de 47 kg) em apenas 5 safras, enquanto o etanol teve uma pequena queda devido a uma mudança no plano de produção motivada por baixos níveis de álcool anidro pela YPFB.

É importante destacar o grau de flexibilidade que Aguaí possui, diferentemente de outras usinas, para poder destinar sua produção ao açúcar ou ao álcool e ajustar rapidamente às mudanças do mercado.

Carbonatação é um de seus diferenciais produtivos

A planta nasceu como destilaria, mas a necessidade do mercado levou à construção da fábrica de açúcar já na terceira safra. Com o início da produção açucareira em 2015, surgiu a ideia e o desejo de fazer algo ousado e diferente para chamar a atenção: ser a primeira e única fábrica da Bolívia (e da América Latina) a fazer açúcar refinado sem utilizar o enxofre em seu processo de branqueamento, utilizando o processo de carbonatação, assim como o fazem os países da Europa, Estados Unidos e alguns na Ásia.

O engenheiro boliviano Luis Caballero Barba, idealizador do projeto e responsável pela construção da planta, explicou que o açúcar sem enxofre da Aguaí tem um processo de fabricação diferente do existente nas usinas da América Latina. Para clarear o açúcar, ao invés de utilizarem o processo de sulfitação com uso de enxofre, optaram pela carbonatação que utiliza o dióxido de carbono que é emitido no processo de fermentação. O resultado deste processo é um produto com características especiais: um açúcar mais branco, mais saudável pela ausência de enxofre e mais doce, portanto, mais econômico para uso doméstico e industrial.