A presidente Dilma Rousseff disse ontem a empresários da indústria automobilística que solicitou à equipe econômica a aceleração do projeto de incentivo ao desenvolvimento e produção de veículos híbridos e elétricos no País. O governo, no entanto, discute a proposta há cerca de três anos e há indícios de que o incentivo possa não sair do papel em 2014.
Segundo apurou o Estado, técnicos dos ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento (MDIC) e de Ciência, Tecnologia e Inovação devem se reunir na semana que vem para concluir os estudos que serão enviados para a presidente.
No entanto, os próprios integrantes da equipe econômica avaliam que um programa de estímulo não sairá do papel neste ano. A indústria esperava um pacote de incentivos ainda para este mês.
Não foi a primeira vez que Dilma falou em acelerar um projeto para incentivar carros híbridos no País. No dia 1º de outubro de 2011, Dilma anunciou ao presidente da Renault/Nissan, Carlos Ghosn, a intenção de acelerar este mesmo projeto.
À época, o então ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, afirmou que os estudos estavam avançados. Hoje despachando do próprio Palácio do Planalto, Mercadante, agora ministro da Casa Civil, deve coordenar os estudos dos ministérios, a partir de maio.
O projeto parte da isenção da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos híbridos ou elétricos. Hoje, o IPI é de 25%. A indústria automobilística defende que esse tributo seja zerado. Por serem importados, estes carros também pagam 30 pontos porcentuais adicionais de IPI para entrar no Brasil, além de 35% de imposto de importação.
No governo, há visões distintas sobre a concessão do benefício fiscal ao carro híbrido e elétrico. Um grupo defende de forma entusiasmada a concessão do benefício, que imediatamente tornaria vantajoso importar veículos híbridos, algo que as montadoras afirmam ser central para criar um mercado consumidor, servindo de “mola propulsora” para o início da produção nacional.
Preocupada com a emissão de poluentes pelos veículos tradicionais, essa ala aponta ser urgente estimular a produção local de carros movidos por fontes limpas.
Mercado. Do outro lado, há técnicos que alertam para o perigo de criar estímulos para veículos elétricos no atual cenário de aperto na oferta, que não deve melhorar de forma muito rápida nos próximos anos. Esse grupo também aponta que os estímulos do governo devem ser concentrados no etanol.
(Fonte: O Estado de São Paulo)