O governo federal disse que apoia, sim, o setor sucroalcooleiro. A afirmação é do coordenador geral de açúcar e etanol do Ministério da Agricultura, Cid Jorge Caldas.
Ele citou, por exemplo, os créditos que as indústrias têm disponível para renovação das lavouras e para a viabilização de estrutura de estocagem de açúcar e etanol.
“Pediram recursos para renovação de canaviais e o governo destinou R$ 4 bilhões ao ano desde 2010, e ainda disponibilizou R$ 2 bilhões para estocagem [também ao ano]”, afirmou.
Caldas disse que o problema do setor teve origem em 2008, ano do início da crise econômica mundial, que começou nos EUA. E isso, na visão dele, contribuiu decisivamente para os problemas que as usinas atravessam hoje.
“As usinas não estavam preparadas para atravessar essa crise”, afirmou Caldas.
Segundo ele, alguns grupos arrendaram grandes extensões de terra muito acima dos valores de mercado, o que acabou comprometendo a vida financeira deles.
O coordenador disse ainda que o impacto no lucro das empresas foi reflexo de perda de produtividade.
Afirmou que o protocolo agroambiental acertado entre o governo de São Paulo e produtores para encerrar a queima da cana até 2017 fez com que algumas usinas colhessem cana em lavouras preparadas para o corte manual, afetando o rendimento.
Ele também atribui os problemas a três “crises climáticas” desde 2010. “Era excesso ou falta de chuva [como ocorre atualmente]”, disse.
Conforme Caldas, o governo pode discutir uma compensação para aquisição de energia a partir da biomassa da cana, uma das reivindicações do setor, já que se trata de uma “eletricidade limpa”.
Fonte: Folha de S. Paulo